Os “pratos do dia” do amanhã

O Grupo Jerónimo Martins organizou uma conferência na qual a indústria agroalimentar e a investigação científica debateram a forma como se poderão produzir alimentos de forma mais sustentável

Podemos e devemos continuar a comer de tudo um pouco? O que temos de mudar nos métodos de produção atuais? Porque é que nos devemos importar com a alimentação animal? Estas e outras questões sobre as tendências alimentares que se avizinham estiveram em discussão no passado dia 9 de novembro, na Aula Magna, em Lisboa, durante a conferência “A alimentação no futuro: evolução ou revolução”, promovida pelo Grupo Jerónimo Martins, com a curadoria científica do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e o apoio institucional do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

Juntando especialistas de diferentes áreas da indústria agroalimentar e representantes do mundo académico com investigação científica neste âmbito, a iniciativa, conduzida pela apresentadora Sílvia Alberto, preocupou-se, desde logo, em chegar a um público mais amplo, tendo sido acompanhada online, via streaming, por cerca de duas mil pessoas.

 

PRODUZIR MAIS COM MENOS RECURSOS
Na abertura do evento, Pedro Soares dos Santos, CEO do Grupo Jerónimo Martins, lembrou que “produzir mais e melhores alimentos com
menos recursos” é um dos principais desafios que a humanidade terá de enfrentar nas próximas décadas. O Administrador-Delegado do
Grupo sublinhou ainda “o nosso compromisso em fazermos parte de sistemas de produção alimentar sustentáveis”, que entende serem os
únicos capazes de “contribuir para erradicar a fome” a nível mundial.

 

 

REDUZIR AS EMISSÕES DE METANO
Uma das provas do empenho do Grupo nesta frente é o projeto Green Beef, apresentado na mesa-redonda em que participou José Fraga, Diretor de Operações Agropecuárias da Best Farmer, insígnia que integra a Jerónimo Martins Agro-Alimentar (JMA). Segundo o responsável, este projeto inovador, que prevê o uso de pastagens biodiversas e a incorporação na alimentação das vacas de elementos retirados de uma espécie de algas vermelhas, pode permitir que se venham a “alcançar reduções de até 98% das emissões de metano  associadas à alimentação dos bovinos”. Nesse sentido, assume o Diretor, é “uma responsabilidade nossa produzirmos de forma cada vez
mais sustentável”.

 

 

Um ponto de vista vincado igualmente por António Serrano, CEO da JMA, que nos momentos finais do encontro apontou para um dos campos a que a JMA tem dedicado atenção: “Explorar alternativas para a produção de proteína que gerem menos impacto, quer em termos
energéticos, quer no que toca à saúde humana.” Exemplo disso, precisou, é o projeto de salmão de aquacultura em que a Seaculture investiu na Noruega e que se propõe ser “o mais sustentável do mundo”.