Nuno Carvalho
Médico do Trabalho
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus, que se transmite através de gotículas lançadas para o ar pelo doente (por exemplo, quando tosse ou espirra). Pode curar-se espontaneamente ou ser responsável por complicações graves ou mesmo a morte.
A vacina do sarampo deve ser administrada a todas as crianças aos 12 meses e aos cinco anos de vida
IMUNIDADE DE GRUPO
A vacina do sarampo está incluída no Plano Nacional de Vacinação, devendo ser administradas duas doses a todas as crianças aos 12 meses e cinco anos de vida (excepto se contra-indicada, por exemplo, devido a doença do sistema imunitário). A mais usada é a VASPR, que, para além de ser eficaz contra o sarampo, também previne a parotidite e a rubéola.
A vacinação permitiu a eliminação do sarampo no nosso país, não se tendo registado novos casos durante vários anos. No entanto, a doença está mais activa na Europa e verificaram-se mesmo dois surtos recentes em Portugal, em 2017 e 2018. Importa, por isso, reforçar a prevenção e apostar na vacinação, a melhor maneira de evitar que a pessoa tenha a doença. Por princípio, nenhuma vacina causa efeitos secundários mais graves do que a doença que evita, e a do sarampo não é excepção. Ainda assim, os efeitos secundários da vacina são possíveis, mas não graves. Os mais frequentes são febre ou manchas no corpo, que desaparecem espontaneamente. Os outros possíveis são raros ou muito raros. A alergia grave é raríssima – acontece apenas numa pessoa por cada milhão de vacinados. Em contrapartida, o sarampo causa pneumonia em seis pessoas por cada 100 infectadas, encefalite numa pessoa por cada mil infectadas e mata duas pessoas em cada mil infectadas. Variadíssimos estudos já demonstraram que a vacina não causa autismo! Ou seja, na grande maioria dos casos a vacina é bem tolerada. Sabendo-se que o sarampo é responsável por complicações mais frequentes e mais graves (que podem mesmo ser fatais), os benefícios de se estar vacinado são muito superiores aos riscos da vacina. Impedir a disseminação do sarampo em Portugal é um dever de todos. Faça-o por si e pela sua família!
Edição 114
Edição 113
Edição 112