José Ribas foi um dos responsáveis pela implementação da marca MasterChef, direccionada para os profissionais de hotelaria
Tinha 14 anos quando começou a trabalhar num pequeno supermercado em Braga, a sua cidade natal. “Não propriamente por necessidade, mas mais para ter algum dinheiro”, conta José Ribas. Entretanto, não deixou de estudar, chegando ao 2.o ano do curso de Comércio Internacional no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Mais tarde candidatase ao cash and carry Arminho, onde se iniciou como Repositor. Interrompeu para fazer o serviço militar e quando voltou foi incumbido de mudar a imagem da Loja. Inovou, por exemplo, nos preçários, “com um sistema de calhas e uma impressora”, que acabou com a “roupa a secar”, como eram conhecidos os inestéticos cartazes, com os preços, pendurados nas prateleiras.
DO ARMINHO AO RECHEIO
Passou, então, por várias funções e quando, em 1990, o Arminho é adquirido pelo Recheio, era o “responsável por alguns artigos da área não-alimentar”. Com a mudança da estrutura comercial do Recheio para Braga, foi-lhe então comunicado que passaria a ser o novo Manager Stock Controller, ficando responsável pelos stocks e pelo reaprovisionamento. Em 1996 passou para as Operações, primeiro no Recheio da Areosa, no Porto, depois na Loja de Valença, que “nesse ano, cresceu mais de 30%”. Foi, posteriormente, abrir a Loja de Coimbra, onde implementou o novo conceito MasterChef: “Para além de uma marca de produtos das várias categorias vocacionada para a indústria hoteleira, tínhamos um ambiente de Loja diferente.”
Em Janeiro de 1998 o destino foi o Recheio de Vila do Conde e um ano depois volta ao Recheio de Braga, como Gerente, numa fase em que o Departamento Comercial passou para Lisboa e foi necessário reforçar a equipa de Gestão de Loja com a criação de um departamento de reaprovisionamento, uma vez que o mesmo, até então, era efectuado pelos compradores que passaram para Lisboa. A seguir rumou ao Sul, para abrir aquela que viria a ser a quarta Loja do Recheio no Algarve: a de Portimão. No entanto, a sua abertura foi atrasada e acabou por estar cerca de um ano a efectuar um trabalho de prospecção de potenciais clientes. Entretanto, a Loja foi inaugurada e no fim do primeiro ano “passou a ser a primeira Loja em vendas nesta região. Depois do trabalho de prospecção efectuado, sabia que isso iria acontecer, pois os Clientes estavam ansiosos pela nossa abertura”, conta com orgulho.
MADEIRA À VISTA
Em Portimão ficou quatro anos, seguindo-se outro ano em Faro, antes de se “fazer ao mar” em direcção à Madeira. “Convidaram-me para ir gerir o Recheio da Madeira, e, quando lá cheguei, percebi logo que para crescer, face às novas exigências de segurança alimentar, só fazendo obras e certificando a Loja isso seria possível”, diz. E assim aconteceu. O Recheio do Funchal foi renovado e obteve a Certificação HACCP, que lhe permitiu passar a fornecer grande parte dos hotéis da ilha. “Fomos obrigados a ter produtos novos e de grande qualidade”, conta. Quando regressou, três anos depois, José prosseguiu a carreira como Gerente em Ramalde, no Porto, e em 2012 foi finalmente convidado para as funções que hoje desempenha, Gestor de Categoria Destilados e Bebidas do Recheio, cargo que obrigou a nova mudança, desta vez para Lisboa. Aos 54 anos, José Ribas reconhece que teve sorte, “em termos profissionais e pessoais”, pelo modo como a vida lhe correu, mas, como adverte com um enorme sorriso: “A sorte dá muito trabalho.”
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