Das muralhas do Castelo de Sines avista-se um oceano imenso
O imenso oceano que se avista desde as muralhas do imponente Castelo de Sines, construído algures no início do século XV, numa falésia sobranceira ao centro histórico da cidade, decerto terá influenciado o então jovem Vasco da Gama, que ali cresceu talvez a sonhar com paragens longínquas. O futuro descobridor do caminho marítimo para a Índia era filho de Estêvão da Gama, cavaleiro da casa do rei D. Fernando, que o nomeou alcaide-mor de Sines, e, segundo alguns historiadores, poderá ter nascido ali mesmo, onde hoje fica situada a Casa Vasco da Gama. Neste espaço museológico evoca-se, de forma interactiva, a vida do navegador, bem como os espaços onde habitou no castelo e as suas viagens e encontros com os povos e culturas de África e da Ásia. Olhando de longe para o pitoresco casario à volta da fortaleza, pouco parece ter mudado desde então. Impõe-se, portanto, um passeio pelas ruas e ruelas do centro histórico de Sines, de preferência com tempo para uma paragem num dos muitos restaurantes que por ali há para provar outra das riquezas desta região: o peixe.
PRAIAS A PERDER DE VISTA
O outro pólo de atracção são as praias e, quanto a essas, há-as para todos os gostos. Desde Tróia que se estende um longo areal de cerca de 70 quilómetros, onde não falta espaço até para quem estiver a banhos sem vivalma à vista. Mais ou menos a meio deste extenso troço, as lagoas de Melides e de Santo André são dois verdadeiros santuários da Natureza, também eles merecedores de uma visita atenta. A sul de Sines, mais em concreto na localidade ribeirinha de Porto Covo, tem início o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O melhor caminho para lá chegar é através da bonita estrada que percorre a costa, ao longo das Praias de São Torpes e Morgavel. Aos poucos, percebe-se que a paisagem começa a mudar, com os longos areais a darem agora lugar a altas escarpas e falésias, em cujas enseadas se formam aprazíveis praias. Uma das mais bonitas é a da ilha do Pessegueiro. Fica mesmo em frente à ilha que lhe dá o nome e no Verão há visitas organizadas à ilha, em tempos antigos usada como porto de abrigo por romanos e cartagineses. No local há ainda vestígios de uma antiga fábrica de salga de peixe romana, que pode estar na origem do nome Pessegueiro, por derivação do latim piscatorius. Junto à praia existe também um velho forte do século XVII, com vista para o canal, hoje mais navegado por praticantes de windsurf e de canoagem. Um dos melhores modos de conhecer toda esta zona é a pé, pelos trilhos da Rota Vicentina, um dos percursos pedestres mais bonitos da Europa, que se estende desde Santiago do Cacém até Lagos, no Algarve. Esta grande rota encontra-se dividida em dois percursos, o Caminho Histórico (pelo interior) e o Trilho dos Pescadores (junto ao mar), que se cruzam aqui, em Porto Covo. A caminhada é feita ao som do vento, do mar e do piar das aves marinhas, numa banda sonora perfeita para a natureza selvagem desta rude paisagem costeira, feita de falésias e caprichosas enseadas rochosas. Mas seja a caminhar, de carro ou de bicicleta, o importante é mesmo ir, porque paraísos destes não se encontram assim ao virar da esquina — a não ser aqui.
OS NOSSOS GUIAS LOCAIS NA SEACULTURE
RITA CAMACHO
Assistente Administrativa, há um ano na Seaculture
“Esta é uma zona mais conhecida pelas suas praias. As minhas preferidas são as de São Torpes e de Vasco da Gama, mesmo no centro de Sines, que por ser uma praia urbana e muito bem equipada é perfeita para as crianças. Obrigatório é também provar o peixe fresco desta região, disponível em quase todos os restaurantes.”
ANTÓNIO VENTURINHA
Site Manager Adjunto, há três anos na Seaculture
“O Castelo de Sines e o museu, no seu interior, são de visita obrigatória para quem queira conhecer melhor a história desta região. A vista sobre o mar, desde as muralhas, é deslumbrante. Quanto às praias, gosto muito da de São Torpes, da da ilha do Pessegueiro, da lagoa de Santo André e da costa norte, à saída de Sines.”
FILIPE TURDA
Aquacultor Mergulhador, há três anos na Seaculture
“Sou um grande fã da Costa Vicentina, sobretudo desde que me mudei de Lisboa para Vila Nova de Milfontes. É uma zona do país onde ainda há sossego, espaço e privacidade. Tem também uma gastronomia muito boa, na qual se destaca o peixe, um clima ameno, que permite fazer praia durante quase todo o ano, e, acima de tudo, pessoas muito amigáveis.”
DAVID MOTA
Aquacultor Mergulhador, há um ano na Seaculture
“As minhas praias favoritas são as da zona de Porto Covo, por causa das falésias, mas também gosto muito da de Melides. Aconselho também uma visita aos bons restaurantes da região, como o Bom Petisco, em São Torpes, para quem gostar de peixe fresco, ou o Ti Lena, em Deixa o Resto, perto de Santo André, onde é servida carne de touro bravo.”
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