RITA ALMEIDA DE CARVALHO
(n. 1969) É investigadora em História Contemporânea no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). Entre várias outras obras, é autora do livro Jerónimo Martins - Factos & Histórias 1792-2017, escrito por ocasião dos 225 anos do Grupo Jerónimo Martins e já com base no trabalho de investigação desenvolvido sobre o espólio.
SABIA QUE...
... seis anos antes de abrir a sua loja no Chiado, em 1792, já o galego Jerónimo Martins exportava queijos e outros bens alimentares para o Brasil?
... em 1858, os Estabelecimentos Jerónimo Martins já abasteciam a Casa Real com os seus produtos de excelência?
Estes são alguns dos factos curiosos que a historiadora Rita Almeida de Carvalho foi descobrindo desde que, há pouco mais de um ano, deu início a uma viagem ao passado do Grupo Jerónimo Martins, que tem vindo a dar frutos e se foi multiplicando em revelações e surpresas, como se reflecte nesta entrevista.
Como nasceu a ideia de investigar mais a fundo a história do Grupo?
No âmbito das comemorações dos 225 anos de Jerónimo Martins, a Direcção de Comunicação Corporativa convidou-me a iniciar um projecto com vista à estruturação e sistematização de toda a documentação histórica acumulada ao longo de mais de dois séculos e que se encontrava no arquivo do Grupo.
Concluída esta missão, chegámos à conclusão de que os registos que tínhamos não faziam justiça à longa história de um Grupo que em Portugal atravessou momentos como as crises da monarquia, a implantação da República, a Revolução Industrial ou as duas Grandes Guerras mundiais e o fim do império colonial português, só para dar alguns exemplos. Tinha que haver mais. Era preciso ir à procura da história.
E o que encontrou?
Vários factos curiosos. Apesar de a criação da empresa Jerónimo Martins datar de 1792, sabemos agora que em 1786 este comerciante galego já tinha negócios com o Brasil (Pernambuco). Também se descobriu que vários artistas de renome, como é o caso de Rafael Bordalo Pinheiro, terão sido encarregues pela empresa de fazer as capas dos seus preçários anuais, também chamados de almanaques.
Quer isso dizer então que o arquivo ficou mais rico…
Sem dúvida. Neste momento estão tratados e digitalizados cerca de mil documentos. Mas temos outro tanto por tratar, pois recebemos uma série de documentos e peças históricas por parte de Colaboradores e ex-Colaboradores que, entretanto, tiveram conhecimento do projecto.
Espera encontrar mais novos factos no futuro?
Tenho grande expectativa em relação a determinados períodos da história da Companhia, que ainda têm, certamente, muito por desvendar, como são os casos da actividade que desenvolvia nas antigas colónias portuguesas ou da que corresponde ao período conturbado que se seguiu ao 25 de Abril de 1974.
Por que é que conhecer a nossa história é assim tão importante?
Porque ao conhecermos melhor o nosso passado, as nossas origens, o nosso trajecto, conseguimos fortalecer a nossa identidade e estarmos, assim, mais bem preparados para tomar decisões futuras.
FAÇA COMO A ANTIGA COLABORADORA RITA FERREIRA E AJUDE-NOS A CONTAR A NOSSA HISTÓRIA
Rita Ferreira, antiga Colaboradora do Grupo, deu o primeiro passo ao enviar-nos um conjunto de fotografias que retratam os seus tempos de Promotora de produtos como a margarina Vaqueiro ou o detergente Omo, nos anos 60.
Se tiver lá em casa fotos, documentos ou outros materiais que ajudem a contar a história do Grupo, contacte-nos! Tire uma ou mais fotografias ao seu “espólio” e envie-nos para Direcção de Comunicação e Responsabilidade Corporativas: comunicacao@jeronimomartins.com
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