Como se cruza a história daquele que chegou a ser o maior grupo industrial da Península Ibérica com a do Pingo Doce? O cenário é a Margem Sul do Tejo e temos de recuar algumas décadas para encontrar a sua origem. O edifício onde se encontra o enorme Híper do Barreiro nasceu nos anos 30 e era uma antiga siderurgia, que então servia o parque industrial da CUF (a Companhia União Fabril). Em agosto de 1992 mudou de ramo para abrir como retalhista Eurocash, passando depois a Feira Nova e, mais tarde, a Pingo Doce. Ainda hoje aqui trabalham colaboradores que entraram por esta porta há 32 anos.

Minutos depois da abertura, já se servem galões e pães com manteiga, que ajudarão a dar mais energia a quem pouco tempo depois irá encher os cestos e carrinhos com as compras que tantas vezes ali faz. Uma cliente não encontra o chocolate em pó de marca própria de que tanto gosta para adoçar o seu leite matinal e não hesita em pedir ajuda a uma colaboradora, que depressa resolve o “enigma”: estava perto, mas numa prateleira mais abaixo. E o dia segue num ritmo cada vez mais animado.

Jorge Joaquim é há cinco anos Diretor desta loja. “Antes de vir para aqui, trabalhei em lojas pequenas, onde há um grande espírito de grupo. Isso é fundamental e é muito importante que aconteça também nas lojas grandes, como esta”, adianta. É por isso que aqui se promovem iniciativas variadas, que cativam os colaboradores, trazem mais conhecimento, um envolvimento na comunidade aumentam o convívio fora de portas. Muitas ações tiveram de ser interrompidas devido aos condicionalismos da pandemia, que se iniciou em 2020, mas aos poucos regressam, como é o caso do churrasco de porco no espeto, que já se realizou este ano e que reúne tantos apreciadores. “É muito importante manter o equilíbrio e o bom ambiente na equipa, sabendo valorizar as pessoas individualmente. Todos os dias são diferentes e tenho sempre
a preocupação de motivar cada elemento da equipa”, quem o diz é Jorge Gondim, o responsável de Talho. Mas como se vai buscar inspiração para o fazer? A resposta é simples: “Conheci vários chefes ao longo do tempo e retive aquilo que encontrei de bom, e agora sei ver quando há um problema e tento ajudar. Depois, tudo isso é retribuído de forma espontânea. Um bom
ambiente de trabalho é fundamental para que tudo corra bem.”

Estar aos comandos de uma loja desta dimensão representa muitos desafios. No entanto, Jorge Joaquim tem uma máxima que o faz ir trabalhar todos os dias com muita vontade: “Com tempo e paciência tudo se faz.” E, se alguma das pessoas com quem trabalha precisar de falar, já sabe o que deve fazer. A porta do escritório tem de estar sempre aberta: “É importante dar condições de trabalho e manter a motivação de todos. Gosto do que faço. Mesmo com todos os desafios, não há um dia em que não me apeteça vir trabalhar. Chego geralmente às 7h45, dou a volta à loja para ver se está pronta para a abertura, respiro fundo, e o dia começa.”
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