Catarina Bagio do Carmo
Psicóloga Clínica Jerónimo Martins
A SAÚDE MENTAL é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o “estado de bem-estar que permite ao indivíduo lidar com o stress normal da vida, ter consciência das suas capacidades, ser produtivo e contribuir para a sua comunidade”, expondo o papel que a relação entre comunidade e indivíduo tem na sua saúde e bem-estar.
Sabemos que esta relação é bidirecional, em que comunidade e indivíduo influenciam e são influenciados um pelo outro – por exemplo, crescer num ambiente violento aumenta o risco de desenvolver comportamento agressivo. Todavia, isto também se aplica à solidariedade. O discurso que envolve atos de solidariedade centra-se, sobretudo, nas pessoas que deles beneficiam, mas diversos estudos têm demonstrado que também faz bem a quem ajuda. Como?
NUTRE RELACIONAMENTOS E AUMENTA O SENTIMENTO DE PERTENÇA
Realizar atos de solidariedade com maior interação social ou relacional (por exemplo, ações de voluntariado e doações presenciais) ajuda a construir e a expandir a rede de suporte social.
Simultaneamente, contribui para a redução da sensação de isolamento e para o aumento do sentimento de pertença, que favorecem o desenvolvimento da autoconfiança e da autoestima.
MELHORA A SAÚDE FÍSICA E PSICOLÓGICA
Os atos de solidariedade promovem a libertação de uma substância neurotransmissora, a dopamina, resultando na diminuição dos níveis de stress e no aumento de sentimentos positivos,
nomeadamente felicidade e satisfação com a vida. As pessoas que fazem voluntariado têm, regra geral, comportamentos de saúde mais preventivos e, inclusive, apresentam taxas de mortalidade inferiores.
PROPORCIONA UM SENTIDO DE PROPÓSITO DE VIDA
Considerando a importância e impacto dos atos de solidariedade na vida dos beneficiários, quem
dedica tempo e recursos a uma causa pode dar um novo sentido ou significado à vida.
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