No início da década de 60, a então estrela da rádio Maria Clara imortalizava, cantando, o nome da Figueira da Foz e as suas “finas
areias, berço de sereias procurando abrigo”. No entanto, a também conhecida como “a rainha da Costa de Prata” ou a “rainha das praias de Portugal” tem muito mais para ver e conhecer.
Situada no litoral da Região Centro, a 30 minutos da Coimbra, é ali que o rio Mondego se espraia entre salinas e arrozais para beijar o Atlântico. Um percurso marcado pela avifauna existente na área (de que são exemplo o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, a garça-real, a garça-boieira ou a cegonha-branca) e por um acervo patrimonial e arqueológico em que se destaca o Paço de Maiorca, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977, e o Sítio Arqueológico Classificado dos Montes de Santa Olaia e Ferrestelo, com objetos expostos no Museu Municipal Santos Rocha.
A ligar as duas margens do rio está a Ponte Edgar Cardoso, a primeira composta por tirantes construída em Portugal, cuja travessia, com cerca de 1,4 quilómetros de extensão e de paisagem admirável pelo estuário, nos conduz a um conjunto de praias. É o caso do Cabedelo e da Cova Gala, muito procuradas também para a prática de desportos, desde o surf, windsurf, kitesurf ou bodyboard
à pesca desportiva, ou por embarcações motorizadas.
PASSADO REMOTO
A localidade, cujas origens da ocupação do território remontam à Pré-História, foi sendo, desde sempre, procurada pelas populações,
incluindo romanas, devido à sua localização privilegiada entre o rio e o mar. Em 717, os sarracenos terão arrasado a povoação e só no século XI é iniciado, pela mão do conde Sesnando Devides, um moçárabe de Tentúgal, o povoamento das terras de toda aquela região e a construção de diversas fortalezas, incluindo a de Buarcos, de que restam ruínas como a Torre de Redondos.
Já no século XV, Buarcos é ponto de partida de caravelas em direção a Ceuta e 100 anos mais tarde os constantes ataques piratas levam à construção do Forte de Santa Catarina, para a defesa da zona.
No início do século XIX, a Figueira vê a sua população duplicar pela grande dinâmica e riqueza produzida pelo porto e pelo
desenvolvimento da construção naval e, consequentemente, de toda a economia. As suas praias de águas límpidas e areias douradas atraíam a aristocracia, que trouxe ainda mais elã à região. A 20 de setembro de 1882 a urbe foi elevada à categoria de cidade.
PALCO CULTURAL
Ao longo dos anos mais recentes, a Figueira da Foz tem sido palco de confluência de diversas artes. Durante três décadas, entre 1974 e
2002, recebeu o Festival Internacional de Cinema e realizou, de 1979 a 2019, a Gala Internacional dos Pequenos Cantores.
Em junho há sardinhas, marchas e muita animação a marcar as Festas da Cidade em honra do São João, que tem o seu ponto alto na noite de 23 para 24, com o emblemático Banho Santo.
No enorme areal da Praia do Relógio decorre, em julho, o festival de verão Sunset SOMNII, este ano agendado para os dias 8 a 10. Uma experiência única que atrai milhares de espectadores.
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