Demorou, mas chegou! O processo de certificação da Fogaça da Feira teve início há dez anos e, após dezenas de especificações, a declaração de que a Loja do Pingo Doce de Santa Maria da Feira faz parte do Agrupamento de Produtores de Fogaça da Feira foi entregue no dia 22 de Maio deste ano. O Pingo Doce é a única grande superfície certificada entre os 15 produtores que podem produzir e comercializar a Fogaça da Feira com a respectiva marca de certificação. Em cada fogaça o consumidor encontrará o nome do organismo de controlo e certificação, a indicação geográfica protegida, o número de série e o logótipo específico do produto, criado para o efeito pelo Agrupamento de Produtores. Na prática, o estrito cumprimento destas normas significa que a produção deste pão doce com sabor a limão e canela respeita todas as tradições e modos de fabrico característicos desta zona, tornando a fogaça diferente dos outros tipos de pão doce existentes noutros locais do país. “Foi um processo longo e complicado, mas cujo resultado nos trouxe muita alegria”, destacou Artur Almeida, Formador de Padaria e Pastelaria da Região Norte.
O Pingo Doce de Santa Maria da Feira faz parte do Agrupamento de Produtores de Fo gaça da Feira
PRODUTO TRADICIONAL
A fogaça está ligada a Santa Maria da Feira desde o século XIV, como oferta popular, primeiro ao Espírito Santo e depois, numa tradição que se mantém até hoje, a São Sebastião. Actualmente, a Festa da Fogaça e das Fogaceiras celebra-se a 20 de Janeiro. E é precisamente nesse mês e em Agosto que este pão doce em forma de quatro torres tem mais procura. Em Janeiro, a festa e a dinâmica à volta da fogaça faz com que em todas as casas se coma este pão característico; já em Agosto, são os emigrantes e os turistas que mais o procuram. “A tradição mantém-se e a nossa fogaça é mesmo muito boa. Por isso, cada vez mais as pessoas procuram o Pingo Doce para a comprar e nós sabemos que, culturalmente, é um produto muito importante para a região”, explicou Cristina Paiva, responsável da Secção de Padaria do Pingo Doce de Santa Maria da Feira. Na Festa da Fogaça e das Fogaceiras participam dezenas de meninas vestidas de branco, com uma faixa colorida à cintura e uma fogaça à cabeça. Já não pedem, como há muitos anos, a São Sebastião que livre a localidade da peste. Agora, a tradição associa-se ao folclore, naquela que é uma das mais conhecidas romarias do Norte de Portugal.
UM SUCESSO DE VENDAS
Em 2017, antes mesmo da certificação, venderam-se mais de 16 mil quilos. Este ano, até Julho, o número recorde de vendas do ano passado estava já praticamente ultrapassado. “Existe uma grande relação de confiança entre os consumidores e os nossos profissionais que produzem a fogaça”, afirma Artur Almeida. Com uma validade muito reduzida, apenas quatro dias após o fabrico, a fogaça quase não pára nos locais de exposição, tal é a procura.
Cristina Paiva
Responsável da Secção de Padaria da Loja Pingo Doce de Santa Maria da Feira
“A nossa receita não é segredo para os nossos padeiros. Os ingredientes foram especificados pelo Agrupamento de Produtores de Fogaça da Feira. O que faz a diferença no sabor é a quantidade de certos ingredientes, como, por exemplo, pôr mais canela ou mais limão. E a forma como se come também é importante: nada de usar facas! A fogaça come-se à mão.”
Artur Almeida
Formador de Padaria e Pastelaria da Região Norte
“Os Clientes reconhecem a certificação da marca Fogaça da Feira e sabem que para obter este reconhecimento tivemos de trabalhar muito, de provar que somos mesmo muito bons nos produtos que fazemos e que produzimos tudo de acordo com as regras em vigor.”
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