RITA MARTELO
Nutricionista Direcção de Qualidade e Desenvolvimento de Marca Própria
O folar simboliza amizade e reconciliação, tendo sido o presente de Páscoa privilegiado de padrinhos para afilhados
O folar é tradicionalmente o pão da Páscoa português, cuja origem se perde nos tempos. Confeccionado à base de água, sal, ovos e farinha, difere nos recheios e temperos, que se adaptam às tradições de cada região do país. Algumas variações nos ingredientes tornam este produto mais saudável, mantendo a tradição de sempre.
NO NORTE
Nesta região reinam as carnes. As frescas podem variar entre frango, porco e vaca, podendo encontrar-se mais do que um tipo no mesmo folar. Uma forma de reduzir a gordura saturada, prejudicial à saúde, é aumentar o conteúdo de carnes brancas, como frango, diminuindo a quantidade das vermelhas, como porco e vaca, e das processadas, como enchidos. Este produto pode ser ainda enriquecido com fibras e algumas vitaminas, sobretudo do complexo B, se se misturarem farinhas integrais e juntar sementes, tais como sésamo ou girassol. Estes folares podem ser servidos como prato principal desde que acompanhados com legumes.
NO SUL
No Alentejo e Algarve, o seu sabor torna-se mais doce, ao acrescentar-se açúcar à massa. O uso de erva-doce e de canela, pelo seu sabor forte, permite reduzir a quantidade de açúcar. Em algumas regiões do Alentejo os folares são enriquecidos com requeijão, que não só os torna mais húmidos como acrescenta proteínas e vitaminas, tais como a B12. O ovo, típico dos folares do Sul, fornece ainda proteína e vitaminas do complexo B, entre outras. A gema é especialmente rica em colina, desempenhando um papel importante na função hepática. A mistura de farinhas integral e refinada e a junção de sementes constituem uma solução válida nestes folares, melhorando o perfil nutricional dos mesmos.
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