FRANCHISING PINGO DOCE

Em 2013, o Grupo Jerónimo Martins apostava num modelo de negócio semelhante ao Franchising para continuar a expandir a sua rede de Lojas Pingo Doce fora dos grandes centros urbanos. Era o arranque de um projecto iniciado cinco anos antes, em Vieira do Minho. A rede conta hoje com 37 Lojas, estando prevista a abertura de mais seis ao longo de 2019, com uma “equipa-maravilha” de nove pessoas que lhes dá apoio

A primeira Loja Pingo Doce em regime de Franchising nasceu em 2008, em Vieira do Minho. Era um conceito novo no Grupo Jerónimo Martins, que surgiu de uma oportunidade criada dois anos antes por um cliente do Recheio, proprietário de um pequeno supermercado vieirense, interessado em ampliar a oferta e a clientela através de uma parceria com o seu principal fornecedor. Carlos Araújo, actual Director de Franchising, era, à época, Director Regional Norte e controlou desde então o leme dessa e das vindouras operações de Franchising.

A rede de parceria de negócio divide-se em duas tipologias: Pingo Doce e Pingo Doce & Go

O modelo, inovador no Grupo, começou a ser estudado de raiz. Das projecções de vendas à repartição de custos e da rentabilidade, quer para o aderente quer para a Companhia, passando pelo layout da Loja de 1000 m2 de área de vendas e respectiva construção, recursos humanos e outros elementos, tudo foi analisado ao pormenor. Uma vez reunidas as condições, o negócio concretizou-se e foi implementado. A decisão contou com o envolvimento de todas as pessoas que acreditavam neste empreendimento de dimensão e investimento consideráveis: “Foi um risco calculado ao milímetro, que começou do zero, de uma oportunidade”, acrescenta Carlos Araújo, que muito se orgulha deste seu “rebento”. Hoje, o Pingo Doce de Vieira do Minho é uma referência nacional, com vendas anuais na ordem dos 8,2 milhões de euros.

O primeiro Pingo Doce em regime de Franchising nasceu no coração do Gerês, em Vieira do Minho

Para o Cliente, as Lojas de Franchising são iguais a todas as outras, nada as distingue

DO MINHO PARA O RESTO DO PAÍS

Os cinco anos seguintes seriam de amadurecimento do modelo de parceria de negócio. Só em 2013 viria a surgir a segunda Loja, em Miranda do Douro (Trás-os-Montes), mas com alguns ajustes relativamente à de Vieira do Minho. Para reduzir custos de investimento e operacionais, a área de Loja diminuiu para 850 m2. Seguiu-se São Pedro do Sul, em 2014, e mais 20 Lojas até ao final de 2018, de norte a sul do país, todas em localidades de província. A última abriu em Setembro passado, em Serpa, no Alentejo. O ano de 2019 começou em grande, com a abertura de uma Loja em Viana do Castelo, estando ainda previstas as de Freamunde e Marinha das Ondas. “Esta foi também uma forma de levar a insígnia a comunidades onde habitualmente não em que nos apareçam candidatos, começamos a analisar todo o processo e a dar seguimento”, revela o Director, que explica quais os requisitos iniciais para se ser parceiro de negócio Pingo Doce: “O aderente precisa de ter um terreno em zonas elegíveis, que depois é avaliado e aprovado, tendo em conta os estudos de mercado que o Grupo Jerónimo Martins realiza. Além disso, e embora tenhamos protocolos para financiamento, é igualmente importante que ele tenha ‘saúde financeira’.” Até porque, acrescenta, na divisão do “bolo” do modelo de parceria de negócio “cabe ao aderente a maior fatia do investimento total, mas também de margem de rentabilidade”. A partir do momento em que o projecto é adjudicado, segue-se todo o processo de implementação da Loja e de formação das equipas. Depois, o acompanhamento e apoio à gestão da Loja mantém-se regular. As Lojas de parceria de negócio em regime de Franchising têm um modelo único, com 850 ou 1000 m2 de área de vendas. Para o Cliente, em nada diferem de outras Lojas Pingo Doce, isto é, são exactamente iguais em layout, sortido e promoções. “O que as diferencia é que têm um proprietário, o Grupo Jerónimo Martins, que em nada interfere na sua gestão. As suas equipas vestem a farda do Pingo Doce mas não pertencem ao Pingo Doce. Por outro lado, o proprietário é quem tem de assumir a gerência da Loja”, explica ainda Carlos Araújo.

OS TRÊS CONCEITOS PINGO DOCE & GO

Foi há três anos que surgiu o conceito Pingo Doce & Go, um layout de Loja estudado inicialmente apenas para as estações de serviço da BP. O primeiro espaço abriu em 2015, na Estrada da Luz. O modelo foi testado e no final de 2018 existiam mais oito, com a abertura de mais duas Lojas (Moita e Ericeira) no primeiro semestre de 2019. A ideia baseia-se no desenvolvimento de uma Loja do tipo “conveniência” dentro das estações de serviço em zonas urbanas da marca de combustíveis com a qual o Pingo Doce tem uma parceria para o cartão Poupa Mais. Do sortido fazem parte unidoses take-away e sanduíches, prontas a levar para casa e a comer, pão e bolos, sopas, fruta e legumes, lacticínios e charcutaria e ainda artigos de mercearia, limpeza e congelados, com uma componente grande de produtos de Marca Própria. Em fase de testes desde o ano passado estão outros dois conceitos de Lojas Pingo Doce & Go: o de Zonas de Elevado Tráfego e o de Loja de Proximidade. Para as Zonas de Elevado Tráfego foi estabelecida uma parceria com a REFER (Rede Ferroviária Nacional), que culminou na abertura de duas Lojas: uma na Estação de Cascais, outra na Estação de Massamá, na Linha de Sintra. Está prevista, este ano, a abertura de uma terceira unidade, na Estação de São Bento, no Porto. Dentro do conceito de Loja de Proximidade, a Companhia abriu um Pingo Doce & Go em nome próprio no edifício Graham Foco (Porto). “É uma Loja desenvolvida pela insígnia Pingo Doce, não existindo nenhuma parceria, destinando-se a zonas de grande densidade populacional (em bairros). Tem uma filosofia de oferta baseada nos frescos, com uma componente de serviço de padaria, charcutaria e take-away”, esclarece Carlos Araújo.

Para o Cliente, as Lojas de Franchising são iguais a todas as outras, nada as distingue

O Pingo Doce & Go da estação da REFER de Cascais abriu em 2018, três anos depois da Loja da BP do Restelo (Lisboa)

O take-away, os frescos e os essenciais de mercearia e limpeza são o principal sortido do Pingo Doce & Go

TRÊS ROSTOS DO FRANCHISING

MAFALDA CARDOSO

Responsável de Recursos Humanos do Franchising, no Grupo Jerónimo Martins há 22 anos

“Quando entrei no Grupo Jerónimo Martins, comecei na Área Operacional, no Feira Nova de Aveiro, e passados três anos enveredei pelos Recursos Humanos. A área de Franchising é desafiante e gratificante, porque somos polivalentes, acabo por acompanhar todas as áreas de RH de cada uma das Lojas, desde o recrutamento à formação, antes da sua abertura e mesmo depois desta, entre outras tarefas. Temos de estar sempre disponíveis para esclarecer todas as dúvidas dos nossos aderentes, pelo que necessitamos de ter um leque de conhecimentos muito alargado. No fundo, acabo por ser uma ‘consultora’. O meu primeiro trabalho é conhecer quem é o nosso parceiro, as suas necessidades e o que podemos oferecer para o ajudar, porque cada proprietário é único.”

ANTÓNIO MARQUES

District Manager do Franchising, no Grupo Jerónimo Martins há 28 anos

“Fui Adjunto de Loja, depois Gerente e mais tarde District Manager em várias regiões do país. Foi com muito agrado que fui para a Direcção de Franchising, uma novidade na época. Actualmente somos quatro District e cada um de nós presta assistência às Lojas que estão mais perto da nossa zona de residência, mas se houver um problema numa outra região vai o District que estiver disponível. Valorizamos muito o trabalho de equipa. Quando vamos abrir uma Loja, por exemplo, há um envolvimento de todos e complementamo-nos nas nossas tarefas. Estou a gostar muito desta área, onde tenho aprendido muito. Como comecei logo no início do projecto, é muito bom vê-lo evoluir e acompanhar também a evolução das Lojas. Além disso, cada Loja é diferente em termos de Gerentes e de toda a equipa, o que representa um desafio constante.”

GUILHERME OLIVEIRA

Responsável pela Área Técnica do Franchising, no Grupo Jerónimo Martins há 8 anos

“Antes de ir para o Franchising, em 2013, já era Responsável da Área Técnica da Região 1 do Pingo Doce. Nestas Lojas de parceria, o trabalho é similar, com a particularidade de as Lojas serem mais distantes umas das outras, o que exige mais de nós, pois dou assistência a todas, o que me leva a percorrer o país frequentemente. Facilita o facto de sermos muito objectivos e de trabalharmos sempre em equipa. No meu dia-a-dia lido directamente com as Operações, e é para mim que ligam quando há algum problema. As coisas são resolvidas com o apoio das equipas técnicas dos fornecedores que prestam assistência ao Pingo Doce, e eu vou acompanhando. Temos linhas específicas que estão sempre disponíveis a qualquer hora e altura do ano. Gosto muito do meu trabalho, que é muito desafiante, e não o trocava por outro.”

TODOS A PAR DE TUDO

À medida que o negócio do Franchising vai crescendo, a equipa também se vai adaptando e aumentando. No início, em 2013, eram apenas quatro elementos, e hoje são nove: um Director, quatro District Managers e quatro Responsáveis de Área (Recursos Humanos, Técnica e de Manutenção, Marketing e Financeira).
Apesar de pequena, “é a suficiente e necessária. É importante que todos estejam a par de tudo. E todos são excelentes profissionais”, garante Carlos Araújo. Na verdade, todos os elementos se caracterizam pela polivalência. Teoricamente, existe um grupo de Lojas para cada District Manager, mas na prática toda a equipa presta assistência a qualquer delas, estando por isso habituada a percorrer milhares de quilómetros por mês, fazendo do automóvel e do smarthphone o seu “escritório”. Além disso, trabalha como um todo, com um grande espírito de entreajuda. A pertença, dizem unanimemente os Colaboradores, é muito forte
nesta Direcção: “Sabemos que pertencemos a uma equipa, que somos importantes.” Estão por dentro de todos os projectos e todas as situações e decisões são avaliadas em conjunto e com um objectivo comum: “Fazer com que as pessoas que acreditam em nós tenham êxito. Em nenhuma circunstância podemos ficar contentes se os nossos parceiros de negócio não tiverem sucesso”, assevera o Director, que tem como meta, até 2020, atingir as 50 Lojas em regime de Franchising.

 

Exterior do Pingo Doce & Go do posto de abastecimento BP do Restelo, em Lisboa

Parceria de sucesso

Do “casamento” entre os irmãos Manuel e Alice Pereira e o Grupo Jerónimo Martins nasceu o Pingo Doce de Vieira do Minho, o primeiro em regime de Franchising

A relação de quase 11 anos está “para durar”, mas a paixão pelo retalho da família Pereira vem do tempo dos pais de Manuel e Alice, que detinham um pequeno supermercado em Vieira do Minho: o Abial. Na procura da melhor qualidade aos melhores preços para os seus clientes, muitos dos produtos que vendiam vinham do Recheio de Ermesinde, onde se abasteciam, e foi aí que o “namoro” com o Grupo Jerónimo Martins começou. “Éramos sempre muito bem recebidos”, conta Manuel Pereira, hoje o proprietário do Pingo Doce de Vieira do Minho em sociedade com a irmã, Alice Pereira.

DO SONHO À REALIDADE

A dada a altura, o negócio no Abial estagnou e das duas uma: “Ou parávamos no tempo ou seguíamos para outra dimensão. Essa dimensão foi abordada muitas vezes por mim e pela minha irmã, que na altura sonhava com uma ‘casa’ maior, embora eu não estivesse para aí virado”, acrescenta o também Gerente, função que partilha com Alice. Mas em boa hora lhe deu ouvidos. Falaram com o então Director Regional do Pingo Doce, Carlos Araújo, que achou a ideia interessante, e foi a partir daí que a mesma começou a materializar-se. O receio inicial transformou-se em arrojo, e decidiram avançar. O enlace, revela Alice Pereira, “foi celebrado com um cálice de Vinho do Porto”, e, volvidos dois anos de conversações e concretizações, nascia, em 2008, o fruto dessa união. O Pingo Doce de Vieira do Minho, com 1000 m2 de área de vendas, abria com pompa e circunstância, contando com a presença do presidente da Câmara da altura, do padre da freguesia, do jornal da vila e muitos clientes: “Foi um acontecimento histórico”, afirmam, com orgulho, os irmãos Pereira.
Hoje, quando olham para os 11 anos que já passaram, dizem estar “muito gratos pela forma como fomos tratados pelo Grupo Jerónimo Martins. Com muita ajuda e muito trabalho conseguimos ultrapassar os tempos mais difíceis e chegar àquilo que desejávamos: estarmos estabilizados e termos uma Loja muito bem conceituada no concelho e uma referência a nível nacional”.

A abertura da Loja foi notícia n’O Jornal de Vieira do dia 15 de Outubro de 2008, ilustrada precisamente com esta foto, da equipa inicial

ROSA COSTA

Gerente-adjunta

“Começámos por ser 27 Colaboradores, hoje somos 57. A equipa é muito polivalente e prestativa, todos fazemos de tudo um pouco, o que nos ajuda a enfrentar mais facilmente todas as situações; lidamos bem uns com os outros.”

GRAÇA PEREIRA

Gerente-adjunta

“A abertura desta Loja provocou uma alteração nas nossas vidas como se fosse o nascimento de um primeiro filho, mas tivemos muitas pessoas que nos ajudaram e conseguimos fazer uma boa adaptação e chegar ao que somos hoje.”

 

Manuel, Graça e Alice Pereira e Rosa Costa, a equipa de gerência que faz “magia” em Vieira do Minho