Frederico Vilar Gomes NA CRISTA DOS VINHOS DO PINGO DOCE

Trabalha com vinho há 19 anos e aceitou o desafio de ser enólogo do Pingo Doce há um ano e meio. Experiências reveladas nesta entrevista à A Nossa Gente

O enólogo do Pingo Doce acumulou experiência em mais de 50 adegas

Ao longo de quase duas décadas ligado ao vinho, Frederico Vilar Gomes tornou-se um especialista na produção e conservação de vinhos em diversas regiões portuguesas, trabalhou em adegas pequenas mas especializadas, foi director de outras, desenvolveu projectos pessoais e aprendeu a linguagem do campo. Agora integra a equipa Pingo Doce, onde ajuda a escolher os vinhos de excelência de cada região e está sempre pronto para ser posto à prova.

 

Frederico Vilar Gomes prova mais de quatro mil vinhos por ano

O que o levou a aceitar este desafio como enólogo do Pingo Doce?
Já trabalhei em quase todas as regiões de vinhos do país e, além disso, acho que faz todo o sentido vir alguém da produção, como eu, que traz para o Pingo Doce uma linguagem diferente da do retalho. No fundo, aqui faço a fronteira entre o fornecedor e o Cliente final.

Qual é a sua missão na Companhia?

Garantir que o Cliente recebe o melhor vinho possível, assim como assegurar a rentabilidade do negócio. A equipa vai directamente ao produtor, para tentar ter os melhores vinhos a um preço justo. Testamos, analisamos e penso que temos feito um trabalho acertado, pois as vendas estão a correr bem.

Não só o produto como também foi trabalhada a imagem dos vinhos. Como correu esse processo?

Foi envolvida a agência especialista em rótulos de vinhos Rita Rivotti, o que fez toda a diferença. Mudou-se também o contra-rótulo, incluindo uma comunicação mais intuitiva. No Programa Qualidade a Toda a Prova passámos a ajudar a escolher o vinho que o Cliente mais gosta em cinco passos. O primeiro é sempre o tipo de vinho, segue-se a região e o terceiro passo é a definição do produto. Aqui entra o gosto do consumidor, se prefere frutado, suave, doce. Por fim surge a pontuação dada por mim em prova cega a todos os vinhos do Pingo Doce.

 

Frederico descobriu o Douro em 2007 e nunca mais deixou a região. “Aqui respira-se vinho”


Quais os segredos do vinho Pingo Doce?

Acredito que um vinho tem de contar uma boa história, e os nossos contam. Depois temos equipas que trabalham muito bem a rentabilidade e conseguem-se bons preços também pelo volume de produção. Assim, temos um bom produto a um óptimo preço.

Como poderá um Colaborador ajudar um Cliente a escolher um bom vinho?

Acho que o Colaborador deve, primeiro, perceber o que o consumidor quer e do que gosta, de seguida tem de conhecer bem os nossos produtos, tantos os do Pingo Doce como os da indústria, que temos nas prateleiras.

Os vinhos Pingo Doce já conquistaram mais de 120 prémios nacionais e internacionais. O que representam estas distinções?

Estou mais preocupado com o Cliente do que com os prémios, mas recebemos alguns recentemente, que me encheram de orgulho. É o caso do Alvarinho do Pingo Doce, que recebeu, em 2018, um dos melhores prémios do mundo: a platina no concurso Decanter World Wine Awards.

O que o motiva?

Temos uma equipa superprofissional. Apesar da enorme dimensão, sinto que o Grupo Jerónimo Martins é uma família, com pessoas simpáticas, com muitos profissionais e muita técnica. O que me traz cá é a aprendizagem. Se, em termos operacionais, sou forte, em termos de canais, retalho, comercial ainda sou um leigo, mas já aprendi muito num ano e meio. Sinto que aqui aprendo um pouco todos os dias.

O que é um bom vinho?

Um bom vinho é aquele que nos sabe bem, que tem uma boa história para contar e uma imagem de qualidade. Anteriormente, os enólogos eram muito mais de laboratório, mas a minha geração é mais de campo, acreditamos que o que irá fazer um bom vinho é a própria qualidade da uva.