Impacto profundo

O Oceano faz parte da nossa grande casa comum de que é preciso cuidar. Preservar a biodiversidade marinha, reduzir a pressão sobre as espécies selvagens, comprar espécies provenientes de stocks de pescado geridos de forma sustentável e minimizar a acumulação de plástico no meio marinho são algumas das boas práticas de que o Grupo Jerónimo Martins se orgulha de estar a levar a cabo em nome de um futuro melhor

Proteger o mar é garantir o futuro. O nosso e o das espécies que nele habitam. A sua conservação e biodiversidade estão nas mãos de todos, incluindo na das empresas, e o Grupo Jerónimo Martins está ciente do seu papel na defesa da sustentabilidade do oceano. “É uma obrigação e uma responsabilidade. A sobrevivência da nossa espécie depende do nosso respeito pela natureza”, diz Sara Miranda, Diretora de Comunicação e Responsabilidade Corporativa do Grupo. Por outro lado, acrescenta a responsável, “se o nosso negócio, muito assente em frescos, depende grandemente daquilo que a natureza, neste caso o mar, nos dá, temos de criar, de modo a garantir que continuamos a ter produto para comercializar, as condições necessárias para que o oceano não deixe de produzir de forma sustentável esses mesmos produtos”.

 

ESTRATÉGIA AMBIENTAL

O Grupo, e concretamente o Pingo Doce, através do programa Amar o Mar, tem vindo a desenvolver uma estratégia baseada em duas políticas: de ambiente (preservação da biodiversidade e onde se podem ligar as questões da gestão de resíduos e economia circular) e de compras sustentáveis (onde a forma como compra pode fazer a diferença). Filipa Pimentel, Diretora de Sustentabilidade e Impacto Local do Pingo Doce, exemplifica: “A aquacultura é uma delas. Permite-nos dar resposta aos consumos crescentes de certas espécies e mitigar a pressão sobre o pescado selvagem. Por outro lado, fornece pescado de grande qualidade e em quantidade para dar repostas às necessidades da procura”. Outra política importante é a das compras sustentáveis. “Não compramos quaisquer espécies, além de que fazemos periodicamente diagnósticos das várias espécies em estado selvagem que vendemos e se estiverem ameaçadas simplesmente não comercializamos, como é o caso da enguia europeia”, destaca Sara Miranda.

 

No âmbito da política de Compras Sustentáveis do Grupo, é feito o levantamento do nível de risco associado a todas as espécies de pescado

 

Marca Própria sem microplásticos

 

O Grupo antecipou-se à legislação e está a rever a composição dos seus produtos cosméticos e detergentes

 

A Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) foi mandatada pela União Europeia (UE), em 2017, para desenvolver um documento que visa restringir a utilização dos microplásticos em várias indústrias, nomeadamente na cosmética e na detergência.

A alteração legislativa proposta ainda não foi, contudo, implementada porque continua a discussão acerca do que são, ou não, os microplásticos, ou seja, a própria definição de microplásticos ainda não está estabelecida. Apesar disso, diz João Líbano Marques, Coordenador da Qualidade e Desenvolvimento da Marca Própria Não Alimentar, o que o Grupo está a fazer é olhar para a proposta da ECHA, que classifica como microplásticos cerca de 520 partículas que estão presentes em muitos produtos, e assumir que vai ser aprovada, pelo que encontrase a rever a composição de todos os produtos de cosmética e detergentes. “Já estamos a desafiar os nossos fornecedores para nos entregarem amostras de produtos reformulados e isentos destas 520 moléculas”, garante o responsável. De referir, ainda, que o Grupo, em 2021, foi pioneiro na remoção das microesferas, entretanto banidas pela UE, de todos os seus produtos de Marca Própria.

Os microplásticos são pequeníssimos ingredientes plásticos sólidos, de tamanho inferior a cinco milímetros, que se infiltram nos ecossistemas, com impactos negativos no ar que respiramos, no meio marinho e, por consequência, na cadeia alimentar.

 

O Grupo está a desafiar os seus fornecedores a reformular produtos

 

Beber água de forma sustentável

 

A garrafa ECO é reutilizável e há “fontes” de reabastecimento em 191 lojas Pingo Doce

 

Uma forma sustentável de beber água engarrafada é com as garrafas ECO do Pingo Doce, que ajudam a reduzir o uso de plástico descartável. Permitem reenchimentos, podendo por isso ser utilizadas por um longo período. O método de refill, que vai ser cada vez mais importante no retalho, tem sido bem recebido pelos consumidores já que, e de acordo com Pedro Fonseca, Gerente Departamento Híper Não Perecíveis e responsável pelo projeto Eco Water do Híper da Póvoa do Varzim, “vendemos uma média semanal de 8 mil litros de água e somos a loja do país que mais vende”. Esta loja tem quatro estações de enchimento de água, uma das quais virada para o exterior com pagamento multibanco. Segundo Luís Carmo, Diretor do Híper, “a nossa loja é uma espécie de fontanário da Póvoa. Muitos clientes entram aqui com as suas garrafas recicláveis e vão enchê-las às ‘fontes’”. Para este resultado contribui uma equipa muito envolvida no projeto que está sensibilizada e sensibiliza os clientes. “Quando há um envolvimento grande por parte dos colaboradores do Pingo Doce com a ECO, tudo funciona naturalmente. Além de ser um projeto que está totalmente em linha com as orientações estratégicas de sustentabilidade do Grupo. Há também um envolvimento especial que decorre de ser um projeto em exclusividade com o Pingo Doce”, conclui André Paiva, cofundador da ECO Waters.

 

As garrafas ECO são já um sucesso entre colaboradores e clientes

 


Eco Mesh Bags

 

São resistentes, reutilizáveis e, por isso, uma alternativa ao plástico de uso único

 

O Pingo Doce tem um compromisso com a sustentabilidade do oceano e desenvolveu as Eco Mesh Bags, sacos reutilizáveis de produção nacional em 100% algodão, que podem ser usados nas compras e no dia a dia. O objetivo é reduzir a utilização de plásticos de uso único e promover um estilo de vida mais sustentável. Além de resistentes, práticos e versáteis, os sacos são muito apelativos. Têm edições cápsula com diferentes cores e dois tamanhos: M e L. Estrearam-se com o azul apenas no M em homenagem ao oceano, mas neste tamanho também estão disponíveis em cru, preto e verde; no L há em verde, verde-elétrico e laranja. Alternativa aos sacos descartáveis, as Eco Mesh Bags constituem mais um contributo para ajudar a reduzir as 11 milhões de toneladas de plástico que todos os anos são lançados no oceano.

 

Aquacultura: do mar ao prato

 

Permite a produção de peixe de grande qualidade de forma sustentável, com cadeias de abastecimento curtas que depressa chegam à mesa dos consumidores

 

A Aquacultura é uma atividade recente que tem evoluído muito rapidamente ao longo dos últimos anos. Numa perspectiva de sustentabilidade, segurança alimentar, garantia de acesso ao pescado e de qualidade do mesmo, o Grupo quis entrar na produção nacional de peixe de forma sustentável, através da Jerónimo Martins Agro-Alimentar que detém a insígnia Seaculture. “Entendemos que o futuro passa por produzirmos o que comemos e não apenas extrairmos da natureza, do Oceano, esses produtos. Além disso, a aquacultura contribui para o aparecimento de novos habitats marinhos, já que atrai outras espécies aos locais”, destaca Pedro Encarnação, Diretor da Seaculture.

Neste momento a JMA produz sobretudo robalo (Sines) e dourada (Madeira), duas espécies que também já estão a ser produzidas em Marrocos. Em experimentação está um modo de produção sustentável de salmão.

 

A aquacultura garante o acesso a determinado tipo de pescado, o controlo da qualidade de toda a cadeia, além de contribuir para o aparecimento de novos habitats marinhos

 

 

Oceanos mais sustentáveis

 

O Pingo Doce, em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa e o Fórum Oceano, promoveram a iniciativa “One Sustainable Ocean” para contribuir para a sustentabilidade da vida marinha

 

O Pingo Doce foi o patrocinador oficial do “One Sustainable Ocean”, um importante side event, que decorreu em paralelo à II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, realizada em Lisboa, no Parque das Nações, entre os dias 27 de junho e 1 de julho. Além das palestras sobre aquacultura sustentável, Eco Water, e sobre o papel dos retalhistas na promoção da sustentabilidade do oceano, a companhia promoveu, ainda, sessões de showcooking de receitas sustentáveis, ações de sensibilização e a construção de uma obra de arte.

Para Filipa Pimentel ”foi com muito gosto que nos associámos ao Fórum Oceano e à Câmara Municipal de Lisboa na organização desta enorme iniciativa pela importância que tem. É a plataforma onde se reúnem o maior conhecimento e os maiores influentes sobre esta temática que é urgente e envolve todos”. Enquadrado no programa de proteção do ambiente “Amar o Mar”, um dos pilares da Direção de Sustentabilidade do Pingo Doce, este “casamento” entre os organizadores com objetivos comuns vai certamente deixar frutos para o futuro.

Por seu lado, Ana Rovisco, Head of ESG Relations – Environment, de Jerónimo Martins, oradora da conferência com foco no papel do setor do retalho na promoção da sustentabilidade do Oceano, destacou a importância para o Grupo em participar num evento desta dimensão: “É uma oportunidade de aprendizagem e de partilha de conhecimento, que ajuda a vencer os desafios que temos pela frente, além de mostrarmos que a sociedade civil e as empresas não estão de costas voltadas, até porque, se não tivermos peixe amanhã também comprometemos o nosso negócio”.

O melhor do mar e da gastronomia portuguesa

O Pingo Doce apresentou showcookings para dar a conhecer aos participantes do evento os bons sabores do mar e da dieta mediterrânica. Uma das especialidades da ementa foi um Gaspacho de cereja do Fundão com sardinha braseada, promovido por Ricardo Lúcio, Chef de Desenvolvimento do Grupo, que fez um balanço positivo da iniciativa e deu alguns conselhos: “O peixe deve ser ingerido na altura certa para respeitar a reprodução das espécies, o que é melhor em termos nutricionais, de sabor e para o ambiente”.

 

Para Filipa Pimentel, “Amar o Mar, pilar da sustentabilidade do Pingo Doce, é urgente e envolve todos”

 

Limpar o fundo do mar

 

Um dos grandes focos do Programa Amar o Mar é também a limpeza das praias e do fundo do mar

 

Com o objetivo primordial de consciencializar e sensibilizar a população em geral e, em particular, todos os consumidores, para as problemáticas do lixo e resíduos que vão parar ao oceano, este verão o Pingo Doce encontrou na Sailors for the Sea Portugal o parceiro ideal para a dinamização de ações de limpeza subaquática e dinâmicas na praia para os mais pequenos com atividades educativas focadas na literacia dos oceanos. Para Filipa Pimentel, “é fundamental envolver a comunidade e, em particular, incentivar as gerações mais novas a participarem nestas ações, para que tenham acesso à informação e aos recursos necessários e possam, desde já, começar a adotar estilos de vida mais sustentáveis e responsáveis”.

Entretanto, a Companhia está a formar mergulhadores recreativos com as competências necessárias para poderem limpar o fundo do mar. “Ao darmos esta formação não só estamos a contribuir para a limpeza subaquática como estamos a registar todos os dados na plataforma Ocean Conservancy, contribuindo assim para a geração de mais conhecimento científico”, explica Tiago André, Coordenador de Projetos de Sustentabilidade e Impacto Local, para quem a limpeza do fundo do mar é um trabalho difícil e que movimenta muitos recursos e meios, já que diariamente são despejadas nas águas toneladas de plásticos. Qualquer contributo para a sua limpeza, por pequeno que seja, faz a diferença.

 

Areais mais limpos

 

As limpezas de praias têm envolvido toda a comunidade

 

A iniciativa “Limpeza do fundo do Mar” decorreu de 20 de julho a 7 de agosto, envolveu mais de 2600 pessoas e permitiu a recolha de cerca de 160 quilos de lixo, sensibilizando a comunidade para a conservação dos oceanos em praias de norte a sul do país. Enquanto parceiro de sustentabilidade da Liga Meo Surf, Jerónimo Martins, através do Programa Amar o Mar do Pingo Doce, tem vindo a promover várias ações de sensibilização e de limpeza nas praias onde decorre esta prova. As escolas locais, do 1.º e 2.º ciclos, foram desafiadas a juntarem-se a esta missão e a iniciativa contou com a participação de cerca de 500 crianças que puseram mãos à obra, contribuindo assim para a limpeza
dos areais.