Incluir – O programa que muda vidas

Há sete anos que o Programa Incluir tem vindo a realizar sonhos, dando oportunidades iguais a quem tem vidas diferentes.

Em 2015, o Grupo Jerónimo Martins fazia história no universo do retalho. Criava o Programa Incluir, oferecendo oportunidades de emprego em Portugal a três grupos vulneráveis no acesso ao mercado de trabalho: pessoas com deficiência, migrantes e refugiados e pessoas em situação social de risco. A sua ação está assente num conjunto de boas práticas que têm vindo a fazer a diferença e a mudar vidas. Entre elas destacam-se o modelo de formação prática em contexto de trabalho e respetiva tutoria e follow-up, bem como a construção de uma rede consolidada de parceiros que encaminham e acompanham os candidatos. Desde aí, já impactou positivamente a vida de mais de 700 pessoas.

 

 

A metodologia existia, mas faltava o espaço congregador para a desenvolver. Assim, no final de 2021 o Grupo volta a fazer história com a abertura do primeiro Centro Incluir, em Lisboa. A sua missão estava definida: criar um mundo onde todos contam, sendo “um polo de inovação, uma referência na área de empregabilidade de pessoas com dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, sobretudo na área da deficiência e incapacidade, e, acima de tudo, estar ao serviço da comunidade”, esclareceu, no momento da inauguração, Susana Correia de Campos, Head of Corporate Employee Relations and Internal Social Responsibility e uma das mentoras do projeto. Teresa Santos, Diversity & Inclusion Manager e responsável pela equipa técnica, especificou: “O Centro vai estar aberto às instituições parceiras, a escolas, a clientes, a conferências e debates temáticos e até a exposições rotativas de arte feita por pessoas com deficiência.” O espaço encontra-se adaptado
a todo o tipo de deficiências: tem plataforma para pessoas com pouca mobilidade, braille para pessoas cegas, um código para daltónicos, auscultadores para autistas, sinalética acessível, entre outras especificidades.

 

As pessoas que o centro recebe são muito diversificadas e ali desenvolvem competências técnicas e sociais. “Há uma heterogeneidade de competências imensa. Não importa ser diferente, mas fazer a diferença. Mais do que tudo, valorizamos as competências e queremos desenvolver essas competências de todo o potencial humano”, diz Cláudia Varela, Inclusion Training and Development Manager. “Estas pessoas têm valências, competências, têm vontade, e muitas vezes o que precisam é de uma oportunidade”, sublinhou o Presidente do Grupo, Pedro Soares dos Santos, no seu discurso de encerramento da inauguração do Centro Incluir de Lisboa. Rematou dizendo que o que verdadeiramente importa “é o bem estar das pessoas, é fazermos parte de uma sociedade melhor, é o proporcionarmos à sociedade algo diferente, e é disso que me orgulho”. Entretanto, até ao final do ano o Programa Incluir espera continuar a realizar sonhos e fazer mais de 400 novas contratações.

 

 

 

Irradia simpatia, e quem lida com Ana Almeida não imagina que uma displasia espástica congénita condicionaria a sua vida para sempre. Mas não os seus sonhos. Estudou até ao 12.º ano e um dia, numa altura em que procurava emprego, teve conhecimento do Programa Incluir. Candidatou-se e foi selecionada. Estávamos em 2018. “Antes de vir para o Pingo Doce, fui a algumas entrevistas de trabalho, mas foram experiências um pouco desagradáveis. Aqui sinto-me muito bem, venho todos os dias a sorrir. Este trabalho mudou a minha vida.”

 

 

 

Da Fundação Liga, que o encaminhou para o Pingo Doce há seis meses, Jorge Machado trazia na bagagem um curso de Restauração. Por isso, quando começou a trabalhar na Secção de Padaria, Café e Bolos sentiu- -se como peixe na água. “Estou a gostar muito desta experiência. Além disso, obriga-me a lidar com os clientes, o que me ajuda a ultrapassar a minha dificuldade em falar com as pessoas, por ser muito introvertido.” Por outro lado, o relacionamento com os colegas, que até se esquecem do seu problema cognitivo, “é muito bom, apoiam-me, ajudando a sentir-me completamente integrado na equipa. Estou feliz”, afirma.

 

 

 

Carlos Ribeiro não ouve, no entanto isso não o impede de estar perfeitamente integrado no mercado de trabalho. Natural de Gondomar, trabalha no Recheio de Ramalde, para onde entrou, através do Programa Incluir, há 12 meses. Gosta do que faz e todos os dias, enquanto almoça, faz uma videochamada para a esposa, também surda, para almoçarem juntos. Com os colegas e clientes comunica por mímica ou por escrito. Aos colegas já está a ensinar algumas palavras em língua gestual portuguesa. “Trabalhamos em equipa e a comunicação não é um problema, porque conseguimos entender-nos.”

 

 

 

O Pingo Doce tem vindo a empenhar-se diariamente em melhorar as acessibilidades de colaboradores e clientes ao seu universo. “Entre os nossos colaboradores, contamos com colegas surdos e, tal como ao nível interno, há muito que definimos como desígnio podermos ter práticas de comunicação que promovam a igualdade e a inclusão”, sublinha Maria João Coelho, Diretora de Marketing do Pingo Doce. Sendo a comunicação, como um todo, uma parte importante de uma estratégia global, foi com naturalidade que a companhia iniciou a inclusão da língua gestual portuguesa (LGP) nos seus filmes publicitários. Para tal, contou com o apoio da Associação de Surdos do Porto, que ajudou a dar os primeiros passos. “As reações que temos recebido têm sido muito positivas”, acrescenta a responsável.

A companhia acredita que esta é uma das medidas que fazem parte de uma missão maior, tendo sido desenvolvido um grupo de trabalho multidisciplinar que tem como missão identificar outras medidas que possam contribuir para melhorar as acessibilidades. O Pingo Doce, pela sua dimensão social, assume um papel determinante nestas matérias, como forma de influenciar positivamente as pessoas e as gerações futuras.

 

 

 

Aa políticas de inclusão do Grupo Jerónimo Martins foram distinguidas, no ano passado, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que atribuiu à holding do Grupo e ao Recheio a distinção de Marca Entidade Empregadora Inclusiva 2021. Os programas de inclusão no mercado de trabalho, a adequação das infraestruturas ou a adaptação das ferramentas de comunicação interna, para serem acessíveis a todos, estão entre as iniciativas que o IEFP valorizou e reconheceu. De acordo com Susana Correia de Campos, “esta distinção vem atestar o trabalho que o Grupo tem vindo a realizar enquanto empregador de referência focado na igualdade e inclusão social”.

 

 

 

 

 

Sinais sonoros e luminosos, espelhos, rampas e elevadores para pessoas com mobilidade condicionada, instalações sanitárias acessíveis nas áreas sociais, plataforma no checkout para elevação da cadeira de rodas, instruções e etiquetas em braille nos expositores e na máquina etiquetadora são algumas das adaptações aos postos de trabalho que o Grupo e as suas companhias têm vindo a fazer. “A maioria das vezes avaliamos caso a caso e procuramos adaptar às necessidades de cada colaborador”, diz Mónica Quintas, responsável de Gestão da Prevenção do Grupo Jerónimo Martins. “A ideia, quando incluímos pessoas com deficiência, é que elas fiquem autónomas, se sintam úteis e parte da equipa”, acrescenta. Lojas mais inclusivas, com acessibilidade para o cliente e para o colaborador, é o objetivo das companhias.