António Ramoa aproveitou os tempos da tropa para tirar a carta de condução e com isso fugir à dureza dos trabalhos agrícolas que lhe roubaram parte da juventude. Quando regressou à vida civil, agarrou-se ao volante com esperança e o seu caminho acabou, inevitavelmente, por se cruzar com o do Recheio de Braga. Foi ali que passou 35 anos como motorista, profissão que lhe deixou “boas recordações”. No encontro de homenagem, foi recebido pelo Presidente do Conselho de Administração do Grupo, que cumprimentava cada um dos homenageados à chegada. “Foi um gesto muito bonito”, descreve António Ramoa, que não esperava participar num evento tão especial e inédito no Grupo meses após cessar o vínculo aboral.O momento de subir ao palco também guarda na memória com carinho: “São momentos para os quais nunca estamos preparados, foi uma cerimónia muito bonita”. Desde que saiu do Recheio, António Ramoa passou a ser o dono da sua “rota” e olha para o passado com orgulho: “Esta homenagem foi uma forma especial de dizer adeus à Companhia”. Mas só no que diz respeito ao trabalho. A nível pessoal, os caminhos de António Ramoa continuam a ir dar ao Recheio.

Olinda Abrantes ingressou no Recheio do Fogueteiro em Abril de 1973 para descobrir a sua vocação: Operadora de Frente de Loja. Ao longo de 44 anos de competência e dedicação desenvolveu uma enorme aptidão pela função e era imbatível naquilo que o Recheio tem de melhor: a proximidade ao Cliente. Sabia nomes de cor e, mais ainda, tinha memorizado todos os números. Aliás, era conhecida como “a base de dados da Loja”, admite bem-humorada. Na despedida, após terminar oficialmente o vínculo com a Companhia, ainda foi trabalhar no domingo por iniciativa própria, porque sabia que podiam precisar dela. Por esta e por muitas outras razões, Olinda pode orgulhar-se de ter saído do Recheio com “a sensação de dever cumprido”.Foi com emoção que viveu o encontro de homenagem. “Vou guardar na memória todos os momentos. Gostei muito de conhecer o Sr. Pedro Soares dos Santos, que mostrou ser uma pessoa humilde”, conta. “Sei que fui uma empregada exemplar, mas sempre me senti recompensada com os prémios que íamos recebendo e os programas de apoio aos Colaboradores. Como diz o meu filho, ‘já não há patrões assim’.”

Com mais de 40 anos de antiguidade, Regina Gomes recebeu com “muita satisfação” o convite para o encontro de homenagem aos Colaboradores com mais de 25 anos de vínculo laboral. “Foi muito bom voltar a ver a Directora de Recursos Humanos, Marta Maia, e conhecer pessoalmente alguns colegas com quem fui contactando ao longo da vida.” Regina iniciou o seu percurso profissional no Grupo na área Comercial, passando pela Logística e culminando na área de Instrumentos de Trabalho da JMR. Integrou a Companhia após a aquisição do Pão de Açúcar, para vir trabalhar numa equipa da qual ainda hoje sente “muitas saudades”. No dia em que saiu, foi brindada com uma festa de despedida, e foi nessa altura que conheceu pessoalmente Pedro Soares dos Santos, que agora voltou a rever.
Desde Janeiro de 2017, data em que terminou a actividade profissional, passou a ter outra ocupação quase a tempo inteiro: toma conta dos três netos, e em Setembro irá juntar-se mais uma menina à prole. “Este reencontro das pessoas do Grupo foi um reconhecimento por tantos anos de trabalho nesta casa. Foi muito bom.”

O encontro dos antigos Colaboradores do Grupo Jerónimo Martins é um dia que “ficará para a história” de Albina Alves, que “enquanto viver nunca mais irá esquecer”, especialmente o momento em que subiu ao palco. “Senti que o meu trabalho foi lembrado, senti reconhecimento, senti que nunca se esqueceram de mim.” Com 43 anos de carreira, foi sempre considerada uma Colaboradora exemplar. Desde sempre na Loja dos Olivais 1, Albina destacou-se neste percurso não apenas na formação de muitos colegas na Reposição, mas também pelo seu contributo e ajuda em muitas aberturas e remodelações. “Sempre gostei muito de ajudar, de partilhar conhecimento. Sabia os layouts todos de cor. Não precisava de ler os planogramas”, recorda com orgulho.
No ano que se seguiu à saída não conseguia voltar à Loja. Sempre que pensava nisso, emocionava-se. “Afinal, é no local de trabalho que passamos a maior parte do tempo da nossa vida. Foi ali que ri, que chorei, que dormi muitas noites”, recorda. Hoje já consegue entrar na sua Loja com uma nova emoção: “Sinto-me bem, sinto que saí pela porta grande”.

Maria Eugénia dedicou parte da vida de trabalho a cuidar dos Frescos do Pingo Doce. Operadora da Secção de Fruta e Vegetais, viu serem plantadas as primeiras sementes da Companhia em Vila Nova de Gaia com a abertura do Pingo Doce. Nessa data, já “Gena”, ou a “Pequenina”, como era carinhosamente chamada, trazia uma vida de trabalho dedicada ao Retalho. Conhecia os produtos como poucos e era a Gena que os Clientes, colegas e chefias recorriam sempre que precisavam de conselhos ou de “adivinhar” o interior de um melão ou de uma melancia. “Fiz tudo pela empresa, apoiava colegas e Clientes – ensinei muita gente em Gaia nos últimos 20 anos!”, recorda Eugénia. Em 2017 deixou a Companhia por complicações de saúde.
Foi “com grande apreço” que recebeu o convite para a festa de homenagem. “Não esperava voltar a ver algumas das pessoas da Companhia”, afirma. Quando subiu ao palco para ser homenageada, aproveitou a oportunidade para agradecer pessoalmente ao Presidente do Conselho de Administração, Pedro Soares dos Santos, “os prémios e as medidas de apoio aos Colaboradores que existem nesta empresa única”.

Manuel Gomes foi talhado para cortar carne e fê-lo com mestria ao longo de quase 40 anos, grande parte dos quais ao serviço da Companhia. Quando chegou ao Pingo Doce já contava com 15 anos de experiência na profissão e depressa passou a Responsável de Talho. Primeiro na zona da Grande Lisboa, nas Lojas de Queluz, Alcântara e Massamá. “Posso dizer que passei pelas melhores equipas do Pingo Doce.”
Após quase quatro décadas a viver na capital, este alentejano de Mértola foi convidado para a abertura da Loja de Beja – Seminário em 2010. As raízes falaram mais alto e acabou por regressar ao Sul do país, passando ainda pela Loja de Beja – 5 de Outubro até dar por finda a actividade profissional. Foi com alegria que recebeu o convite para o encontro de homenagem aos Colaboradores. “Gostei muito, achei muito justo. Ainda bem que fui e que se lembraram de nós.” A homenagem foi também a oportunidade de trocar breves palavras com o Presidente do Conselho de Administração do Grupo, Pedro Soares do Santos, que conhecia apenas de vista. “Perguntou-me se a vida me estava a correr bem”,
recorda, satisfeito.