NOVA VIDA EM JERÓNIMO MARTINS

No âmbito da parceria com a JRS, o Grupo Jerónimo Martins já integrou cerca de 40 migrantes nas suas equipas, para dar uma nova oportunidade a quem por vezes perdeu tudo menos a esperança.

O projecto Work Up visa integrar migrantes no mercado de trabalho e compreende formações teóricas e práticas

Recentemente, a vida de Munia, Constantino e Noémia, três migrantes africanos à procura de uma oportunidade em Portugal, deu uma volta. Os três concluíram com sucesso uma formação de Operador de Loja e foram convidados a integrar equipas do Pingo Doce da Linha de Sintra. A formação foi realizada no âmbito do projecto Work Up, desenvolvido pela Academia do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS, sigla em inglês) em parceria com a Jerónimo Martins e outras entidades. Dirigido a um grupo de 10 migrantes e refugiados, o curso contou com formação teórica e prática em contexto de trabalho. Desde 2014, o Grupo já apoiou um total de cerca de 65 imigrantes e refugiados através destes projectos, que oferecem “competências relacionais, técnicas e profissionais”, explica Ana Graça, especialista em Inclusão Social no Grupo Jerónimo Martins. Mais de 50% dos participantes ficaram a trabalhar na Companhia. “Esta taxa de sucesso é muito gratificante e motiva-nos a dar continuidade a estes projectos. Temos pessoas que conseguem refazer a sua vida e que trabalham connosco até hoje”, sublinha Ana Graça, embora reconhecendo que há desafios. “Não nos podemos esquecer de que muitas vezes estas pessoas viram a sua vida destruída e chegam a Portugal sozinhos, sem rede de apoio e a precisarem de uma oportunidade de trabalho.” Ao longo destes cinco anos de parceria com o Serviço Jesuíta aos Refugiados, a especialista recorda “casos impressionantes”, como o de uma jovem mãe que veio para Portugal deixando a sua filha bebé no país de origem. “Entretanto, ficou a trabalhar no Grupo Jerónimo Martins e conseguiu reunir as condições para trazer a filha.”

 

“VIDA COM DIGNIDADE”

André Costa Jorge, Director-Geral do Serviço Jesuíta aos Refugiados, destaca a “grande sensibilidade que o Grupo tem mostrado ao apoiar a dimensão social destas pessoas.

A oportunidade de empregabilidade é muito importante, pois o objectivo destes projectos é dar às pessoas a capacidade de se sustentarem e de alcançarem uma vida com dignidade”, o que passa “também pelo envio de remessas para a família, situação que nós, portugueses, sabemos bem o que significa”.

Cláudia Santos, Coordenadora da Academia JRS, defende que os migrantes “são um exemplo de vida” e recorda que “as empresas participantes também ficam a ganhar com estes projectos, já que enriquecem as suas equipas”. “Gostava que mais empresas seguissem o exemplo do Grupo Jerónimo Martins, mantendo uma porta aberta para esta população”, conclui.

 

MUNIA CÁ

Imigrante guineense

“Graças às aulas teóricas, consegui ter um bom desempenho no estágio e relacionar-me bem não só com os colegas, mas também com os Clientes. Espero aprender ainda mais, talvez vir a trabalhar na caixa. Isto é só o início. Quero que os nossos formadores fiquem orgulhosos de nós.”

CONSTANTINO SALINHA

Imigrante guineense

“Tivemos aulas de auto-conhecimento e de relacionamento com os outros e isso, a mim, ajudou-me muito, para aprender a melhor forma de lidar com os colegas e com os Clientes.”

NOÉMIA INÁCIO

Imigrante angolana

“Gostei da equipa, gostei da Loja e a relação com os colegas foi fácil. Um dos desafios é controlar a data de validade dos produtos e estarmos atentos ao folheto semanal, pois esses produtos têm uma ilha especial, que tem de ser preparada antecipadamente.”