Quando nasceu, a Jerónimo Martins Agro-Alimentar (JMA) tinha como missão proteger a cadeia de abastecimento do seu negócio de retalho, garantindo o acesso das Lojas aos alimentos, mas também assegurando o nível de segurança alimentar. Agora, durante a crise pandémica, e com todas as dificuldades e limitações impostas pelo período de emergência nacional, esta missão reforçou-se.
Quase quatro meses depois do período mais crítico, António Serrano, CEO da JMA, revela-se satisfeito com o resultado do esforço adicional para que tudo corresse bem. Na opinião do administrador, que olha para o desempenho da Empresa como um caso de sucesso, o empenho de toda a equipa fez a diferença.
António Serrano
CEO da Jerónimo Martins Agro-Alimentar
A guerra contra a Covid-19 está longe de estar ganha, mas nós, na JMA, podemos afirmar com todo o orgulho que vencemos a primeira grande batalha! Desde o primeiro momento, toda a equipa esteve à altura do desafio – certamente um dos maiores das nossas vidas – e demonstrou coragem e resiliência para diariamente continuar a trabalhar, quando a maioria dos portugueses estava em casa, uma vez que nunca deixámos de produzir e produzimos sempre as mesmas quantidades para suprir todas as encomendas dos nossos Clientes.
Estivemos e continuamos juntos nesta luta contra um inimigo invisível e manter-nos-emos unidos para enfrentar o que ainda está para vir. Conseguimos ultrapassar esta primeira fase da pandemia com zero casos de infecção muito graças ao esforço de todos em cumprir rigorosamente as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, implementadas antes mesmo de serem obrigatórias. Um comportamento exemplar que muito contribuiu para este balanço positivo. A proximidade e união que nos caracteriza manteve-se, apesar do distanciamento social, porque é algo que está no nosso ADN. E assim continuaremos. Fortes, lutadores, cumprindo a nossa missão, para que nada falte à mesa dos portugueses. O meu obrigado a todos pela dedicação, espírito de sacrifício e por nunca perderem a motivação mesmo quando o medo espreita.
O DESAFIO DE PLANEAR
Apesar de as operações terem mantido os níveis de produção, o grande desafio, na altura em que o país estava fechado e em que os supermercados tinham grandes restrições para o acesso do público, foi o planeamento da entrega de produtos. “Não tínhamos a capacidade de prever como seria a semana seguinte”, explica o CEO, que assume que esta gestão foi feita “quase em tempo real”. Os Clientes da JMA – Pingo Doce e Recheio – tiveram de conviver com uma maior volatilidade nas vendas, o que dificultava a programação da saída de produtos quer da fábrica, quer das explorações agro-pecuárias e de aquicultura. Também as intervenções técnicas programadas, muitas das quais dependentes da intervenção de técnicos estrangeiros, tiveram de ser reprogramadas. Algumas das necessidades resolveram-se por teleassistência, enquanto outras tiveram de ser ajustadas. António Serrano reconhece que algumas semanas foram mais críticas, mas garante que foi também um período de grande aprendizagem. “Algumas questões que antes só se resolviam presencialmente, mesmo do ponto de vista técnico, resolveram-se através da partilha de vídeos e de fotos à distância.” O CEO acredita que fica a lição de que é possível evitar muitas deslocações para resolver assuntos que podem solucionar-se com o recurso à tecnologia. Ainda assim, salienta a importância do contacto presencial nesta área de negócio. “É fundamental ver in loco o que está a acontecer.”
ISABEL MARTINS
Directora de Recursos Humanos da JMA
“Aprendemos muito com a experiência das outras Companhias do Grupo.”
PREPARADOS PARA O EMBATE
Assim que surgiram as primeiras notícias de que a pandemia de Covid-19 tinha chegado a Portugal, a JMA iniciou de imediato a configuração do seu plano de contingência. Apesar do ambiente aberto em que se trabalha nas explorações, no Alentejo, e na produção de peixe, em Sines, as normas de segurança e de higienização recomendadas pela Direcção-Geral da Saúde foram implementadas, apesar de na altura o uso de máscara não ser obrigatório. Já na fábrica de lacticínios, além das regras de higienização pessoal e dos processos de trabalho, foi restringido o acesso de pessoas estranhas ao negócio e introduzido o controlo de temperatura para todos. Na fábrica também não foi necessário criar turnos suplementares de prevenção e as funções que permitiam teletrabalho foram abrangidas por este regime.
Apesar do sucesso obtido até ao momento, António Serrano não está descansado.
O desconfinamento – que considera precoce – mostra algum relaxamento nas preocupações com a segurança e as pessoas tendem a baixar a guarda.
Os Colaboradores da JMA foram, entretanto, testados para a Covid-19, para garantir que tudo se mantinha bem e até, como revela o CEO, para baixar possíveis níveis de stress entre as equipas. “Até ao momento deram todos negativos”, acrescenta.
Pedro Freire
Director de Lacticínos na Terra Alegre
“Adoptámos regras de segurança desde o início. Introduzimos, de forma contínua, novas medidas preventivas e mantivemo-nos atentos ao evoluir da situação. Foi necessário acautelar que a fábrica não fechava, pois recebemos seis milhões de litros de leite que não podemos deixar de embalar. Além disso, pelo facto de fazermos parte do grupo de empresas que comercializa bens de primeira necessidade, tivemos de estar sempre disponíveis. O maior desafio foi garantir o apoio técnico, a que conseguimos dar resposta com o apoio da tecnologia e das equipas. Quero agradecer toda a sua disponibilidade e empenho demonstrado nestes tempos difíceis. Sei que posso contar com todos!”
FICAR DO LADO BOM DA HISTÓRIA
Gerir equipas nunca é fácil, especialmente em períodos menos positivos. Ainda assim, Isabel Martins, Directora de Recursos Humanos da JMA, olha para os meses que passaram e acredita que a JMA teve a sorte de “ficar do lado bom da história”.
Comparativamente com outras empresas do Grupo, a JMA beneficiou do tipo de actividade que desenvolve e que permitiu minimizar o risco de contágio dos seus Colaboradores. À semelhança de António Serrano, Isabel Martins está convicta de que o facto de as explorações estarem fora dos grandes centros populacionais contribuiu para que a crise tenha sido até agora ultrapassada sem grandes percalços. “Felizmente, não tivemos que fazer alterações significativas nas equipas e nos processos, tentando manter a normalidade possível num contexto nada normal”, adianta. Apesar da preocupação natural, os Colaboradores da JMA mantiveram sempre um elevado empenho nas suas funções. Para minimizar os receios, a comunicação interna foi reforçada mediante a partilha regular de informação e notícias relevantes. “Tomámos as decisões no momento certo. É verdade que ainda não passámos pelo teste de gerir um caso de infecção, mas aprendemos muito com a experiência das outras Companhias e sentimo-nos hoje muito preparados e apoiados se tal vier a acontecer”, conclui.
LÍLIA VILHENA
Coordenadora de Produção e Logística na Terra Alegre
“Tivemos que adaptar-nos a uma nova forma de trabalhar, nomeadamente fazer a ponte com equipas remotas. Os comportamentos dentro da empresa também tiveram de mudar, mas rapidamente nos habituámos. As medidas adoptadas foram adequadas e atempadas.
Sentimo-nos seguros.”
FERNANDO SEMEDO
Supervisor de Produção na Terra Alegre
“A Covid-19 veio mudar tudo. Obriga-nos a ter outros cuidados, como usar máscara e gel, e a manter o distanciamento social. São medidas eficazes, que fizeram com que até agora tenhamos tido zero casos.”
SALVADOR HONÓRIO
Engenheiro de Planeamento da Manutenção na Terra Alegre
“Foi um desafio conjugar a vida pessoal e profissional nesta altura e ter de dar apoio ao meu filho sozinho. Por outro lado, a nível profissional, o fecho das fronteiras teve um grande impacto na assistência técnica aos equipamentos. Muitas peças vêm de fora e foi difícil conseguir os materiais necessários.”
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