Uma mão-cheia de passaportes com carimbos de quase todos os países fazem-nos adivinhar aventuras sem fim, experiências inesquecíveis e relatos imprevisíveis. Este alentejano de Odemira, criado junto ao litoral, cresceu a sonhar com o fundo do mar, inspirado nas aventuras de Jacques Cousteau. Aos 12 anos, quando partia de madrugada com o avô para explorar as “profundezas” das rochinhas da Zambujeira do Mar, já sabia que queria ser biólogo marinho. Tirou o curso e apaixonou-se pela aquacultura. Aceitou o desafio de passar uma década em Singapura, uma vez que é na Ásia que se concentra 90% da indústria deste sector, trocando a investigação académica pela vertente comercial. Começaram as viagens à volta do mundo em congressos, feiras e prospecção de negócio. “Saía por um lado do globo e chegava pelo outro.” Foi em Singapura que descobriu o mundo e a mulher com quem acabou por casar, a filipina que também adora o mar, mas foge das águas frias do Atlântico, desde que, há três anos e meio, veio viver para Portugal, data em que o marido aceitou o desafio do Grupo Jerónimo Martins. Já Pedro Encarnação ainda hoje continua a mergulhar indiferente às temperaturas. Afinal, é ali, no silêncio do fundo do mar, que encontra o seu mundo.
PINGUE-PONGUE
LABORATÓRIO OU FUNDO DO MAR?
Fundo do mar. É uma sensação de liberdade e de que estou no meu meio. Há silêncio, somos nós e o azul, e isso transmite muita paz e tranquilidade.
PEIXE SELVAGEM OU DE AQUACULTURA?
Depende. Se forem frescos, é muito difícil ver a diferença. Portanto, depende do modo como são produzidos e do tipo de peixe, porque há peixes selvagens que não podem ser produzidos em aquacultura.
ODEMIRENSE OU BENFICA?
Fui atleta do Odemirense, portanto, para jogar escolhia o Odemirense. Mas se tiver de escolher só um, é o Benfica, do qual sou sócio.
PESCA OU CAÇA SUBMARINA?
Pesca, porque há uma maior tranquilidade e não se sente tanto o sofrimento do peixe, apenas quando o retiramos.
PERGUNTA-RESPOSTA
O QUE QUERIA SER QUANDO TINHA 10 ANOS?
Futebolista. Queria jogar no Benfica. Talvez influenciado por uma visita na infância ao Estádio da Luz, para ver um jogo.
O QUE NÃO DEIXARIA DE LEVAR PARA UMA ILHA DESERTA?
Uma máscara de mergulho. Assim, o meu mundo seria mais do que uma ilha deserta, seria todo o mar envolvente.
PESSOA IDEAL PARA LEVAR A JANTAR?
Acho que seria interessante ter uma conversa com Barack Obama, uma pessoa inspiradora, que, com o seu perfil, conseguiu ser Presidente dos Estados Unidos e mudar a imagem desse país.
UM DIA AINDA HEI-DE…
… ir à Antárctida. É o único continente que ainda me falta conhecer.
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