Qual a melhor forma de viver a mudança?

As mudanças são inerentes à vida e essenciais para o desenvolvimento de um indivíduo, das organizações, das sociedades, pelo que, por vezes, é necessário abandonar velhos hábitos para dar lugar a novas realidades

Catarina Vidigal
Coordenadora de Psicologia e Saúde Mental

 

ENFRENTAR A MUDANÇA é caminhar para o desconhecido, é sair da “zona de conforto” e pode oferecer dúvida e incerteza. Sentir desconforto perante mudanças é natural, ninguém conhece o que é novo, por isso experimentar, permitir novos conhecimentos, perdermo-nos e acharmo-nos é a única forma de viver, sendo que vida é movimento.

A gestão nos processos de mudança depende de muitos fatores: da personalidade de cada pessoa, das suas experiências passadas, dos seus desejos ou necessidades, das próprias circunstâncias. E, naturalmente, pequenas mudanças, com menor impacto, serão mais fáceis e grandes mudanças podem ser um imenso desafio.

É importante não esquecermos que a mudança é, em primeiro lugar, interna, começa em nós, no momento que tomamos consciência dos nossos sentimentos e emoções. A resolução das nossas dificuldades e o preenchimento das nossas necessidades não acontece sem a nossa ação.

Aceitar a mudança capacita a nossa adaptação e ajustamento a diferentes contextos, tarefas ou mesmo fases da vida, sendo transversal a todo o ser humano e pertinente numa sociedade marcada por transformações a cada segundo.

 

Organização e planeamento: estratégias úteis

 

  • Preparar a mudança permite lidar em pequenas doses com possíveis fatores de stresse, pelo que esta fase deve acontecer de forma suave e progressiva, antecipando possíveis obstáculos ou  dificuldades, de modo a melhor ultrapassá-los. Que fazer?

 

  • Adotar uma atitude positiva e construtiva ajuda a centrar a atenção nos ganhos com o que surge de novo, e não tanto com o que se deixa para trás.

 

  • Buscar informação pode ser muito útil nos processos de adaptação. Não sabemos tudo e, por isso, perguntar e procurar informação facilita a mudança.

 

  • Pedir ajuda às pessoas envolvidas no processo. Por exemplo, numa mudança de casa, envolver a família ou distribuir tarefas poderá ser uma boa ideia. Já se for no âmbito laboral, a ajuda de colegas ou a orientação das chefias poderá fazer a diferença.

 

  • Não se isolar. Perante situações desafiantes na vida, estar acompanhado, partilhar o que sente e vive, é algo tranquilizante e ajuda a diminuir a tensão e o stresse. Também os momentos de convívio e socialização promovem satisfação e bem-estar.