Sara Miranda

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E RESPONSABILIDADE CORPORATIVA DO GRUPO JERÓNIMO MARTINS

Assume-se como uma pessoa de missões e de causas. O jornalismo foi a primeira escolha para dar o seu contributo para uma sociedade melhor, mas chegou à conclusão de que, apesar de nobre, não era a profissão onde se sentia realizada para, no século XXI, fazer acontecer mudanças com impacto. Na sua visão, seria através das empresas “geridas com uma visão de longo prazo, uma forte base em valores e comprometidas com os outros que essa mudança do mundo seria mais fácil ocorrer. E não me enganei”, diz Sara Miranda, a responsável das áreas de Comunicação Externa e de Sustentabilidade do Grupo Jerónimo Martins, onde ingressou pela primeira em 1999, a convite de Alexandre Soares dos Santos. No entanto, na altura, não se viria a adaptar e acabou por sair no ano seguinte, sem voltar ao jornalismo: “Havia outras formas de contribuir, através do meu trabalho, para o bem comum”. Passou, então, por outras empresas, como o Banco Santander e as agências de comunicação e design Imago e Brandia Central até que, em 2010, aceitou o desafio de Pedro Soares dos Santos para voltar a integrar o Grupo e reformular a área da comunicação externa à qual acrescentou a da sustentabilidade. “O que interessa hoje às pessoas saber é o que as empresas estão a fazer pelas sociedades e pelo planeta, e a sustentabilidade, apesar de ser um tema mais técnico, é o conteúdo de excelência da comunicação que faz sentido fazer”, garante.

 

Equipa escolhida a dedo

Sob a sua alçada está uma equipa direta de 16 colaboradores entre as duas áreas. “Tenho uma equipa extraordinária, técnica e humanamente, com sentido de serviço, pessoas altamente comprometidas que, com o seu trabalho, querem deixar uma marca positiva no mundo e na empresa. É uma equipa de elevadíssimo desempenho e da qual muito me orgulho”, conclui a responsável que lidera ainda as áreas de Ambiente e de Relações Institucionais.

 

“A pandemia humanizou-me mais. Fez-me perceber que não temos todos os mesmos medos e vulnerabilidades. Há que olhar para essas diferenças com uma compreensão profunda”

 

Liderar não é chefiar

Para Sara Miranda, liderar não é chefiar, mas sim ter a obrigação de ver um caminho, conseguir contagiar outros e fazê-los sentir parte integrante do mesmo: “Acredito que não vale a pena ir a lado nenhum sozinha, gosto de levar outros comigo na minha força propulsora”, revela a responsável que, por outro lado, se considera muito exigente: “Gosto que as pessoas deem o seu melhor sempre.”