Não são só as belas paisagens da mais alta serra de Portugal Continental que entusiasmam a visitar Seia, já que também acabamos conquistados pela boca.
O famoso Queijo da Serra da Estrela, o requeijão, os enchidos, a broa serrana, os pratos de cabrito como a chanfana ou o mel de urze, entre outros manjares, são também argumentos de peso para um passeio à segunda maior cidade do distrito da Guarda e seus arredores.
Belas paisagens e deliciosos manjares são argumentos de peso para uma visita à segunda maior cidade do distrito da Guarda.
UMA VOLTA PELO CENTRO
Mas antes de partirmos à descoberta do concelho, vale a pena determo-nos a calcorrear o centro da urbe. É no Largo da Misericórdia que se encontra a igreja que lhe dá o nome, um monumento barroco de fundação quinhentista que sofreu remodelações no século XVIII, ladeado pela Capela de São Pedro, a Biblioteca Municipal e a Fonte das Quatro Bicas, um chafariz datado do século XIX.
Começando a descer para a Praça da República deparamo-nos com um pelourinho, construção novecentista em frente ao Conservatório de Música, instalado na Casa Municipal das Artes, um edifício histórico do século XVII, classificado como património cultural.
Ao lado, uma ladeira dá acesso ao Castelo, assim conhecida a área onde está localizada a Igreja Matriz ou de Nossa Senhora da Assunção, de traça neobarroca, e onde outrora existiu uma edificação mandada erigir por Fernando Magno, rei de Leão, da qual só restam alguns blocos e muralhas. Aproveite para descansar um pouco no pequeno jardim e apreciar a paisagem circundante ao mesmo tempo que pode ser surpreendido pelo tocar do sino.
Se for hora de almoço, o restaurante Camelo, O Borges ou a Taberna da Fonte, em cujas ementas encontra especialidades da região, são opções a considerar.
Ainda no centro, merecem visita o Museu do Brinquedo, os Paços do Concelho, edifício histórico oitocentista, classificado como monumento de interesse público em 2013, e a estátua de homenagem a Afonso Costa, que presidiu o último comício republicano antes da Implantação da República Portuguesa, realizado em Seia em 1910.
A Praia Fluvial da Lapa dos Dinheiros, enquadrada num maravilhoso bosque de carvalhos centenários
OS GUIAS LOCAIS NO PINGO DOCE DE SEIA
PAULA VALENTIM
Controladora de Stocks, há 27 anos no Grupo Jerónimo Martins
“Cabeça, a Aldeia Natal, é muito bonita e no início do Verão os visitantes não podem perder a Festa do Solstício, em Alvoco da Serra. Perto do Sabugueiro, a Cascata de Fervença, umas quedas de água admiráveis.”
JOSÉ CARLOS FERREIRA
Oficial de Carnes Especializado, há 16 anos no Grupo Jerónimo Martins
“O trilho da Garganta de Loriga e o souto da Lapa dos Dinheiros, onde também há uma bonita praia fluvial. O Bolo Negro de Loriga, Feijoada de Feijoca e os nossos queijos, requeijões e enchidos são imperdíveis.”
CLÁUDIA CRUZ
Operadora de Padaria, há 17 anos no Grupo Jerónimo Martins
“Fazer um passeio pelo centro da cidade e os seu múltiplos monumentos como, por exemplo, a Igreja da Misericórdia. Na serra, o Covão dos Conchos é muito famoso, tal como a prova ‘Oh meu Deus’, uma desafiante caminhada de três dias.”
SUSANA MENDES
Supervisora de Frente de Loja, há 27 anos no Grupo Jerónimo Martins
“Recomendo os percursos pedestres das 14 aldeias de montanha e a festa das Caçoilas do Sabugueiro. Também temos museus que vale a pena visitar, como é o caso do Museu do Brinquedo, o do Pão ou o da Electricidade.”
Em Novembro, aqui se festeja a Noite das Caçoilas, uma das tradições mais antigas.
A CAMINHO DA TORRE
De Seia à Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, são menos de 30 quilómetros. Far-se-iam em pouco mais de meia hora não fossem as paragens “obrigatórias” em tudo o que podemos ver pelo caminho.
Logo à saída da cidade fica o Museu do Pão, seguindo-se o Sabugueiro, uma aldeia no coração da Serra. Não prossiga viagem sem levar na bagagem o típico pão de centeio, único da região. Em Novembro, aqui se festeja a Noite das Caçoilas, uma das tradições mais antigas, com torresmos, arroz de carqueja, chanfana, enchidos, castanhas e pão.
Mais à frente, a Lagoa Comprida é um ex-líbris a partir do qual, por um trilho pedestre de cerca de 4,5 quilómetros, se chega ao Covão dos Conchos, uma lagoa artificial a 1500 metros de altitude famosa pelo seu vertedouro em forma de boca do sino. Se gosta de caminhadas, este é um dos inúmeros percursos que convidam a conhecer a serra a pé. Pouco antes da Torre, pare no Miradouro Vale de Loriga, respire fundo e, da brisa inebriante à paisagem, deixe-se invadir pelo mais puro que a natureza tem.
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