Sintra: Uma vila mágica no sopé do Monte da Lua

A poucos minutos de Lisboa, o concelho de Sintra é um imenso território com muito para descobrir, feito de campo, mar, serra e monumentos únicos onde a História se confunde com a lenda, e que muitas vezes mais parece saído de um conto de fadas

Apesar da invulgar proximidade com uma grande metrópole como Lisboa, o concelho de Sintra conseguiu preservar ao longo dos tempos uma harmoniosa coexistência entre uma maciça presença humana nalguns pontos e uma Natureza quase intocada noutros. O seu território encontra--se dividido em duas áreas distintas: a zona agrícola, onde se produz sobretudo fruta e vinho, e a costeira, com inúmeras praias rodeadas de dunas ou circunscritas por enormes falésias. No meio, como uma fronteira natural entre ambas, encontra-se a serra de Sintra, esse imenso paraíso, baptizado de Monte da Lua pelos romanos, que tanto encantou os “românticos” do século XIX e é hoje um dos maiores cartões- -de-visita deste concelho. Sintra distingue-se, assim, pela enorme variedade de paisagens existente no seu vasto território, onde sobressaem locais como a Praia Grande, em cuja extremidade sul existe uma arriba com mais de 120 milhões de anos, marcada com pegadas de dinossauros; o monte da Peninha, janela panorâmica sobre o Parque Natural de Sintra e Cascais, ou o cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental. Igualmente apelativo é o vasto património histórico situado dentro e nos arredores da vila, que inclui lugares que parecem ter saído de um conto de fadas, como o Castelo dos Mouros, os Palácios da Pena e de Monserrate, a Quinta da Regaleira ou o Palácio Nacional de Sintra, tal como todo o centro histórico, no qual coabitam edifícios e vestígios de várias épocas e por isso está classificado pela UNESCO, desde 1995, como Paisagem Cultural Património da Humanidade.

O edifício da Câmara Municipal de Sintra, um projecto de Adães Bermudes, e o centro da vila

 

Entre o vasto património histórico de Sintra encontram-se lugares que parecem ter saído de um conto de fadas

PARA ALÉM DA HISTÓRIA

Mas o património de Sintra não se esgota na História nem na Natureza. Também o é o vinho de Colares, aqui produzido desde a Idade Média, os pratos de peixe e de cabrito ou a tradição de doces conventuais, que tem nas queijadas e nos travesseiros de Sintra o seu maior símbolo. E qualquer abuso na gula é facilmente resolvido com uma caminhada pela serra. São mais de uma dezena os percursos pedestres sinalizados que cruzam a serra de lés-a-lés, dando a conhecer segredos apenas desvendáveis quando se anda a pé. Um dos mais belos é o Caminho do Monge, com partida e chegada no Convento de Santa Cruz dos Capuchos.

 

À BEIRA-MAR

Uma surfada nas ondas perfeitas que também banham esta costa ou um simples passeio à beira-mar são outros convites ao exercício físico em plena Natureza. De praias completamente selvagens, como a da Ursa, junto ao cabo da Roca, ou a mais familiar Praia das Maçãs, onde fica situado o último apeadeiro do tradicional eléctrico que desde 1904 faz a ligação a Sintra, não faltam opções. Uma delas foi até incluída na lista das 20 praias mais belas da Europa, elaborada pelo jornal inglês Sunday Times, que descreveu a Adraga como “uma praia agreste, selvagem, de um azul intenso, encaixada entre altas arribas e o oceano Atlântico”. Foi publicada há mais de 10 anos, mas o relato continua hoje tão actual como então.

 

 

OS NOSSOS GUIAS LOCAIS NO PINGO DOCE HÍPER DE SINTRA

ELISABETE DE JESUS

Chefe de Frente de Loja, há 23 anos no Grupo Jerónimo Martins

“Temos praias maravilhosas, como a das Maçãs, a Grande ou a de Magoito. E como sou uma pessoa muito activa, que gosta bastante de desporto, não posso deixar de mencionar os inúmeros trilhos existentes na serra, perfeitos para caminhar ou correr. É um privilégio viver num concelho assim, que nos permite ter tanta Natureza mesmo à porta de casa.”

 

SANDRA ARAÚJO

Chefe de Secção de Padaria tradicional, há 25 no Grupo Jerónimo Martins

“Sou nascida e criada em Sintra, e para mim o mais importante é a própria magia da vila, que se sente mal se chega. Alguns dos meus lugares preferidos são o Alto da Peninha, a Quinta da Regaleira ou o cabo da Roca, mas todo o centro histórico da vila merece ser visitado, e aí é obrigatória uma paragem na Casa Piriquita, para provar os famosos travesseiros, um dos doces mais típicos de Sintra.”

 

GONÇALO GUERRA

Subchefe de TakeAway, há três anos no Grupo Jerónimo Martins

“Como também sou escuteiro, vou ter de aconselhar um passeio pela serra de Sintra, onde existem bastantes trilhos sinalizados, como o de Santa Eufémia, o do Minge ou o da Peninha. Outro passeio a pé muito bonito é pela estrada que liga o Palácio da Vila, no centro, ao Palácio da Pena, no topo da serra. E além destes palácios há outros, como o de Monserrate ou o Chalet da Condessa d’Edla, que também merecem uma visita atenta e demorada.”

 

LUÍS GOMES

Chefe de Mercearia, há 19 anos no Grupo Jerónimo Martins

“Vivo no concelho de Sintra desde sempre e, a ter de escolher apenas um, o meu local favorito é a Quinta da Regaleira, por ter muito para ver, onde podemos passar horas sem nunca nos cansarmos. A quem ainda não conhece, aconselho uma visita na Primavera e no Verão, altura em que lá se realizam muitas actividades temáticas.”