Se é durante o Carnaval que Torres Novas se transforma numa espécie de capital da folia, atraindo até às suas ruas milhares de visitantes vindos de todo o país, no resto do ano a cidade é o espelho de uma pacatez cada vez mais em desuso, na voragem de um tempo que corre cada vez mais veloz. A apenas meia hora de carro de Lisboa parece no entanto muito mais distante, talvez por essa dessincronização entre o espaço e o tempo, que por aqui parece correr bem mais devagar. Um dos melhores locais para começar é a Rua 9 de Abril, uma espécie de centro oficioso, que é também o coração da cidade, onde além de diversas pastelarias onde se pode provar o tradicional pastel de feijão, restaurantes e lojas de comércio tradicional, é também possível visitar um dos edifícios mais emblemáticos de Torres Vedras, a Igreja de São Pedro, que já existia no reinado de D. Afonso Henriques e foi reconstruída no início do século XVI. Está classificada como monumento nacional desde 1910 e tem uma sala com paredes forradas de azulejos figurativos setecentistas. Outro monumento obrigatório é o castelo medieval, onde, além de uma vista panorâmica sobre o casario, pode-se também apreciar a Igreja de Santa Maria, do século XII, a necrópole medieval ou um centro de interpretação que conta a história de quem ali viveu ao longo das várias épocas. O património, aliás, é quase omnipresente nesta região, especialmente o relacionado com as invasões francesas. No total, são mais de 150 fortificações, que ficariam para sempre conhecidas como as Linhas de Torres e serviram para o 1º Duque de Wellington e comandante do exército anglo-português impedir a conquista de Portugal pelas forças francesas de Napoleão. Tudo isto pode ser visitado na Rota Histórica das Linhas Torres, na qual se destaca o Forte de São Vicente, situado mesmo junto à cidade e equipado com um centro de interpretação.
TURISMO PARA TODOS
Os adeptos do turismo de aventura não podem deixar de explorar os trilhos das serras da Archeira e do Socorro, no topo da qual se obtém uma vista panorâmica sobre toda a região oeste, desde as torres do Convento de Mafra, para sul, às ilhas Berlengas, já oceano adentro, mesmo em frente a Peniche. Nesta incursão pelos meandros mais rurais do concelho, impõe-se também um desvio até uma das muitas adegas da região, onde, além de visitas guiadas, é também possível fazer provas.

E faltam ainda as praias, cuja mais famosa é a de Santa Cruz, que em 2012 foi incluída na lista das praias mais bonitas do mundo, pela revista de viagens Condé Nast Traveller. Desde aí e até à Foz do Sizandro, no limite sul do concelho, a estrada corre sempre paralela ao mar. Ao longo do caminho, sucedem-se os miradouros, como o do Alto da Vela, de onde se avista toda a costa até Peniche e às Berlengas. Continuando para sul, chega-se rapidamente à praia Azul. Caminhando pela areia, chega-se finalmente à praia da Foz do Sizandro, onde é normal avistarem-se garças e corvos-marinhos a banharem-se no pequeno estuário.

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