UM MUNDO A PULSAR RODEADO DE SERRAS
Mesmo ali ao lado do alvoroço cosmopolita da cidade do Porto, Valongo surge recortada pelas serras, que ao longe anunciam recantos de lazer e descanso que ainda passam despercebidos a muita gente. Menos a Marli Sousa, Técnica de Segurança do Trabalho na Região Norte do Pingo Doce desde 2014 e Embaixadora do FES, nascida e criada em Alfena, freguesia do concelho de Valongo, onde vive. Os momentos de descontracção passados em família, em especial com o filho, de seis anos, estendem-se por vários destinos próximos, como a Baixa do Porto, mas há um pequeno tesouro de Valongo ao qual não dispensa uma visita.
Trata-se da aldeia de Couce, bem lá no fundo das serranias que cercam o concelho e onde meia dúzia de casas, e outros tantos habitantes, se fundem com a Natureza ao som de um pequeno rio, que corre, selvagem, por entre arvoredos e trilhos para os mais aventureiros. Estamos no coração do Parque das Serras do Porto, que se estende por três concelhos (Valongo, Gondomar e Paredes) e é composto pelas serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas. Seis mil hectares de Natureza viva a convidar ao descanso e ao desporto.
PATRIMÓNIO VALIOSO
Marli Sousa deambula pela aldeia de Couce, onde há cabras, galinhas, pombas, um ou outro cão, e, diz, é invadida por um sentimento de bem-estar. Mas há mais para ver em Valongo. O Museu da Lousa, por exemplo, leva-nos a conhecer uma actividade que já teve uma importância primordial na economia local. A Igreja Matriz, cuja edificação remonta a 1794, foi, ainda em fase de construção, poiso para as tropas francesas que no início do século XIX andaram pelo Norte e foi ainda na sua sacristia que se reuniu pela primeira vez a vereação do recém-criado concelho de Valongo.
ROTEIRO “SABOROSO”
Mas o que ainda hoje distingue Valongo, na Área Metropolitana do Porto, é a indústria da panificação. Durante muito tempo o concelho foi como que a padaria do Porto e arredores. As famosas regueifas tornaram-se um símbolo da terra, assim como os deliciosos biscoitos, de várias formas e feitios, com Marli a recomendar os Paupério, marca há muito reconhecida. Aliás, esta é uma actividade com uma tradição tão arreigada em Valongo que a autarquia tem em construção um Museu do Pão, fronteiro ao Largo do Centenário, que promete contar toda a história de um trabalho que envolveu gerações sucessivas. Para a Técnica de Segurança, que calcorreia diferentes lojas do Grupo Jerónimo Martins pela Região Norte, o regresso a casa é voltar à família e a Valongo, um concelho que, apesar de pequeno e a sofrer com a atractividade que o Porto, mesmo ao lado, exerce, não deixa de ter motivos de interesse suficientes para uma visita pausada.
O QUE COMER?
SOPAS SECAS
Uma sobremesa típica. Diz-se que é “seca” porque o pão absorve praticamente toda a calda utilizada. Canela, folhas de laranjeira e Vinho do Porto são alguns dos ingredientes que não irão deixar nenhuma boca… seca.
ARROZ DE CABIDELA
Diz a sabedoria popular que não há meio termo. Ou se ama, ou se odeia. Deixemos de lado quem não gosta e convidemos quem adora a passar por um dos muitos restaurantes de Valongo que têm nesta iguaria uma especialidade.
CABRITO ASSADO NO FORNO
As batatas alouradas rodeiam saborosos nacos de cabrito, que não deixam ninguém indiferente. Em muitos sítios é por encomenda, mas não é difícil de encontrar durante um périplo por Valongo.
REGUEIFA
É a imagem de marca. Esqueça o pão, o papo seco, o molete, o bijou. Em Valongo a regueifa é mesmo rainha.
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